Cheguei ainda agora na cozinha e lá estava ela – morta. Meus
gatinhos heróis me defenderam. Peguei-a com um plástico e a joguei no lixo.
Não tenho medo de baratas. Aliás, sou uma mulher às avessas:
detesto shoppings, não gosto de sapatos salto agulha – nunca os usei, nem
quando jovem -, e nunca deixei nenhum homem me esperando, apesar de ter
esperado alguns.
Mas voltando à barata, me parece que as pessoas concentram
seus medos, suas inseguranças em alguma coisa. Por unanimidade, a maioria das
mulheres que conheço escolheu a barata. Há homens que também têm medo delas.
Recordo uma vez quando fui passar uns dias em Cabo Frio com uma pessoa que
conheci durante uma das minhas viagens malucas. Era viril e nada prenunciava o
que estava por vir. Passamos um dia maravilhoso na praia e, ao abrir a porta da
casa, lá estava uma barata nos esperando. Meu galã e candidato a herói se
apavorou, subiu no sofá e danou a gritar: “a cockroach!!!!!” Então fui eu que tive
de perseguir a bichinha e amassá-la num canto da parede, sem aquele sapato de
bico fino que era tão bom pra isso. Claro que meu encantamento, meu interesse
foi para o espaço. Coisas da vida.
Mas o que eu quero mesmo dizer é que descobrir o que deixa
você insegura e o que lhe dá medo é um grande passo para deixar de ter medo de
baratas. Grande parte das pessoas que conheço vive no futuro e sente, com
razão, medo e insegurança. Sim, o futuro é mesmo assustador.
Foi necessário um caminhão para me fazer entender que viver
o presente em harmonia e felicidade é o melhor presente que podemos dar a nós
mesmos. Eu luto diariamente por isso.
E, para viver uma vida em toda a sua plenitude, é preciso ter
muita coragem.
Coragem é o
que também desejo a você. Talvez nem tanta quanto a do Dalai Lama e do
Gorbatchev - pessoas que mudaram o mundo. Quem sabe uma coragenzinha?
Feliz 2013!!!!!