domingo, 20 de outubro de 2013

VIDA NA ROÇA - PRIMAVERA


Vivi minha vida inteira sem conhecer a primavera. Quem nasceu no Rio, como eu, só conhece duas estações: calorão e friozinho. 


Foi aqui na serra que vim a conhecer todo o esplendor da primavera, que só sabia de filmes, de ouvir falar, de ver cartão postal. Mas a primavera, pra minha surpresa, se nota mesmo nos pequenos detalhes. As formiguinhas cavam buraquinhos na terra e aparecem, os insetos ficam muito assanhados e os passarinhos namoram. É namoro levado a sério, porque logo eles iniciam a construção do ninho. A gente olha pro céu e lá estão eles na azáfama: é passarinho pra cá, é passarinho pra lá. E entre uma lida e outra, alguns param pra cantar. É lindo! Ouvi o concerto de uma sabiá ainda agora, no jardim. O dia mal começa a clarear e é aquela cantoria. O despertar é sempre feliz, sempre tranquilo, sempre em paz. 


E nem vou falar das flores. Até a mais pequeninha brota do chão. E também nem vou detalhar o céu azul bebê, as nuvens brancas de carneirinhos, porque tudo é tão lindo que não cabe nas palavras. 

É verdade, a primavera emociona. É verdade, a primavera é a estação do amor.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

DIA DO PROFESSOR


Eu me lembro da minha primeira professora: Naíde B. de Lemos. Era uma pessoa muito delicada, de olhos amorosos, cabelo castanho-médio, delgada...não era professora, era um anjo. Uma vez, cortei o dedo com a gilete ao fazer ponta no lápis. Chorei muito. Ela ficou com tanta pena que dividiu o saboroso lanche dela comigo. Graças à professora Naíde, sempre fui primeira aluna. Nunca a esqueci e é por isso que acho que algumas pessoas são eternas.

A outra professora que nunca esqueci foi do segundo ano primário: Stella Lisboa Martins. Era enérgica, forte, cabelos louros, meio gordinha. Uma vez, não fiz o trabalho de casa, porque minha mãe ainda não tinha comprado o livro. Foi a desculpa que dei. Ela me botou de castigo, lá na frente, diante de todo mundo e me repreendeu: "Você bem poderia ter copiado o exercício do livro de um amiguinho. Nunca deixe que um obstáculo lhe impeça de atingir seu objetivo."
Também nunca a esqueci, em todos esses anos.
Valeu!

domingo, 6 de outubro de 2013

"É LÁ QUE EU HEI DE OUVIR CANTAR O MEU SABIÁ..."


Tem pessoas que vivem amarguradas e infelizes e a gente fica matutando sobre a causa de tamanha infelicidade. Sim, porque é preciso ser muito insensível, infeliz e amargurado para reclamar do canto do sabiá.


Fiquei pasma com a reportagem que vi na TV, em que algumas pessoas reclamavam de acordarem com o canto do sabiá. Tive de segurar o queixo. A mesma reportagem explicou que o sabiá canta cedinho para não ser percebido pelo tucano (tucano?...hum...), que é seu predador (só podia...). O motivo é que o sabiá começa desde cedo a ensinar os filhotinhos a cantar.


Não é uma história linda? Eu fico a imaginar a nobre mãezinha sabiá tendo de acordar cedinho para preservar o canto da espécie, enquanto alguns dorminhocos infelizes reclamam do seu canto.



E, volto a dizer, a gente fica matutando sobre a razão de tanta infelicidade...

O CLIMA DO ANO

Há tempos venho notando que a natureza absorve nossos humores, mas isso é assunto pra outro post. Lembro que, em 2016, meu pé de amora fic...