sexta-feira, 28 de março de 2014

PAPO MULHERZINHA


Quando não estou trabalhando, estou estudando. Faço curso de tudo...online. A minha curiosidade é ilimitada e vai desde o francês, passando pelo empreendedorismo, filosofia, tricô e o bolo pelado. Descobri recentemente que existe um tal de bolo pelado e ontem assisti à primeira aula. Na semana passada, foi tricô. As duas jovens professoras são excelentes, competentes, carismáticas e ensinam pra valer. Mas uma coisa me incomodou muito: elas usam o diminutivo pra tudo. "Você pega esse pontinho passa nesse buraquinho e daí dá uma voltinha e segura esse outro pontinho." Ou: "você pega essa pazinha, mexe devagarinho pra fazer um docinho bem bonitinho e gostosinho."
O que está acontecendo? É moda falar assim ou é mesmo infantilismo?

VIDA NA ROÇA


Estava andando pela cidade quando uma conhecida se aproximou com o carro e perguntou:
- Quer uma carona?
Entrei, suspirando e agradecida...mas logo me dei conta que tinha entrado numa furada. A moça é fã ardorosa do Luan Santana e ouvia o CD do cantor a todo volume: "EU VOU ESTAR TE ESPERANDO NEM QUE JÁ ESTEJA VELHINHA GAGÁ, COM NOVENTA, VIÚVA, SOZINHA..." O pior é que ela acompanhava. Oh, boy! A certa altura, ela gritou:
- VOU PARAR PRA PEGAR MEU FILHO NO CURSO DE INGLÊS.
- AH, TÁ...
Que alívio! Um pouco de sossego enquanto ela saía pra pegar o menino, que chegou ansioso, perguntando:
- Comprou meu CD do Luan?
- Claro, filho.
Antes de aumentar o volume, ela me disse:
- Agora levo você pra casa, tá?
- Obrigada!
E lá fui eu, ouvindo tudo outra vez, desde o início, aos berros: "MESMO QUE VOCÊ NÃO CAIA NA MINHA CANTADA, MESMO QUE VOCÊ CONHEÇA OUTRO CARA."
O jeito foi rezar: "Ave Maria, cheia de graça..."

sábado, 22 de março de 2014

DISCURSO DE RUBENS PAIVA



O deputado convocou estudantes e trabalhadores a acompanharem as transmissões da Rádio Nacional, que formava uma rede em defesa da legalidade junto a outras emissoras. "Estejam atentos às palavras de ordem que emanarem aqui da Rádio Nacional e de todas as outras rádios que estejam integradas nesta cadeia da legalidade. Julgamos indispensável que todo o povo se mobilize tranquila e ordeiramente em defesa da legalidade prestigiando a ação reformista do presidente João Goulart que neste momento está com o seu governo empenhado em atender todas as legítimas reivindicações de nosso povo".

Comissão da Verdade reúne documentos sobre a morte de Rubens Paiva (Secretaria de Estado da Cultura / http://www.cultura.sp.gov.br)
"Está lançada inteiramente para todo o país o desafio: de um lado, a maioria do povo brasileiro desejando as reformas e desejando que a riqueza se distribua, os outros são os golpistas que devem ser repelidos e desta vez, definitivamente para que o nosso país veja realmente o momento da sua libertação raiar". Foi dessa maneira que Paiva concluía a sua intervenção pela rádio, em que convocava a resistência pacífica contra o Golpe.
Na madrugada do dia 03 de abril, Paiva ainda providenciou um avião para levar o ministro da Casa Civil, Darcy Ribeiro, e o Procurador-Geral da República, Waldir Pires - que tentavam a resistência em Brasília - para o Rio Grande do Sul, onde Jango tentava ainda articular forças para resistir ao Golpe. No meio do trajeto eles souberam pelo rádio que não haveria resistência e, assim como o presidente, rumaram para o exílio no Uruguai.
No dia 10 de abril, com os militares já no poder,  Rubens Paiva teve seu mandato cassado após a edição do primeiro Ato Institucional (AI-1) . Eleito em 1962 para o mandato parlamentar, Rubens Paiva teve papel de protagonismo na CPI que investigou o IBAD (Instituto Brasileiro de Ação Democrática), cuja conclusão apontava a intervenção da entidade “no processo de escolha de representantes políticos do povo brasileiro para a tomada do poder através da corrupção eleitoral”.
Em 1971, entre os dias 20 e 22 de janeiro, o deputado entrou para a lista dos mortos e desaparecidos políticos da ditadura militar brasileira (1964-1985).

VIDA NA ROÇA


Depois do luar do ontem e de rezar sob as estrelas, dormi em paz. Acordei cedo e vi o sol nascer. Saí descalça e pisei na grama orvalhada. Preparei o café e o tomei no jardim, rodeada de gatinhos. 


Meu dia começou assim. Feliz.


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VIDA NA ROÇA


Nem tudo são flores na roça. Aqui, as coisas funcionam de um jeito todo especial. Por exemplo, você quer marcar uma consulta com o médico. Tem de ligar na véspera , pela manhã, numa faixa horária determinada pela atendente. Motivo? Preguiça de ligar pra confirmar, mas elas dão outra desculpa. Se perder o horário, só no outro dia. E não adianta reclamar. São duronas mesmo. 


Outro exemplo, você diz seu endereço, número, informa a localização, mencionando um ponto conhecido e eles não entendem. Falo de taxistas. Perguntam coisas do tipo: "É perto do seu Estevão?", "É um portão branco?" No início, esta carioca estressada quase tirava as calças pela cabeça. Mas já me teresopolitei.

sábado, 8 de março de 2014

TRISTE, MUITO TRISTE


A BÉLGICA, A EXEMPLO DOS PAÍSES BAIXOS, ACABA DE APROVAR A EUTANÁSIA PARA CRIANÇAS VÍTIMAS DE ENFERMIDADE INCURÁVEL.

JÁ SE MATAM OS VELHOS HÁ MUITO TEMPO, EMBORA NINGUÉM ADMITA TAL PRÁTICA. AGORA CHEGOU A VEZ DAS CRIANÇAS.

HÁ POUCO MAIS DE 100 ANOS, ERA MAIS OU MENOS COMUM AS PRÓPRIAS FAMÍLIAS MATAREM VELHOS E CRIANÇAS PARA NÃO TER DE SUSTENTÁ-LOS. AGORA, O ESTADO SE ENCARREGA DISSO.

ME FEZ LEMBRAR UM POST TRISTÍSSIMO, QUE CIRCULOU, DE UM MENINO SÍRIO, GRAVEMENTE FERIDO, QUE DECLAROU ANTES DE MORRER: "VOU CONTAR TUDO A DEUS." CONTE, MENINO, CONTE.

VIDA NA ROÇA



Ontem, salvei mais uma libélula. Foram muitas até agora. Volta e meia também salvo um passarinho. Resgatei 10 gatinhos abandonados. E lá fora no jardim, o hibisco, que antes era podado, mas não dava flor, agora está todo florido. Impedi que o podassem de novo. Deixei-o livre. No primeiro verão que passei aqui, as alamandas não floriram. Diagnóstico de um expert: excesso de poda. Passei a proibir também e lhes dei o alimento de que precisavam. Estavam muito raquíticas. Passeando no jardim, me encantei com a beleza das alamandas roxas e amarelas. As hortênsias foram tão podadas que custaram a crescer e florir. Agora, florescem o ano todo. Aqui na roça, eles preferem uma planta tosada a uma planta florida. Não consigo entender. Mas o que eu quero mesmo dizer é que me dou conta, a cada dia, que minha vida tem muito mais sentido.
 

VIDA NA ROÇA


Hoje, me surpreendi com o atendimento do INSS aqui da roça. Fui lá fazer uma alteração cadastral e estava até levando - além da certidão de nascimento da vovó e do vovô, porque eles pedem até o impensável - o "kit INSS" que eu usava no Rio, ou seja:
1. Lexotan e todos sabem porquê;
2. Quentinha pra demora;
3. Garrafa d'água;
4. Sapato baixinho, porque nem sempre tem lugar pra sentar;
5. Rede pra tirar uma cochilo;
6. Dramamine pros enjoos que sempre acontecem;
8. Jornal e uns dois livros de 400 páginas cada um;
7. Remédio pra garganta pra poder gritar bem forte;
8. Uma escopeta pra sair metralhando.
Pois bem, nada disso foi necessário. Fui recebida por uma atendente super atenciosa (estou me beliscando até agora) e um senhor super cordial (que que isso?) que resolveu meus problemas em uns 3 minutos.
Parece um sonho, mas é verdade. Vive la rósse!

O CLIMA DO ANO

Há tempos venho notando que a natureza absorve nossos humores, mas isso é assunto pra outro post. Lembro que, em 2016, meu pé de amora fic...