sábado, 28 de fevereiro de 2015

VIDA NA ROÇA

Hoje foi dia de faxineira nova e ela já chegou avisando:
- Só sei trabalhar escutando música.
- Claro, sem problema - respondi, longe de imaginar o que me aguardava e agradecendo aos céus por ter finalmente encontrado alguém. A casa estava precisando de uma boa faxina.


E a mulher não estava de brincadeira. Adora mesmo música...evangélica e a ouve aos berros. Meu Deus do céu, quem foi que inventou essa atrocidade? Nada contra os evangélicos, nada contra ninguém, mas a música é terrível. Me deu vontade de agarrar o celular dela e esmagar todinho com o martelo. Várias ideias malucas me passaram pela cabeça. Todas as músicas (na falta de outro nome fazer o quê?) são rigorosamente iguais, ou seja, desinspiradas, insípidas, bobocas... e por aí vai.


E foi assim o dia inteiro e eu, lá pelas tantas exausta e de mau humor, já nem estava mais ligando se a casa estava limpa ou não. Tudo o que eu queria é que a mulher fosse embora o mais rápido possível, pois eu já temia perder o controle de mim mesma.
Finalmente, esse momento tão ansiado chegou. Ufa! Paguei com o maior prazer e me despedi da moça, pensando comigo mesma: "Vai com Deus e as pulgas!"


(Nunca vi tanto evangélico como em Teresópolis)

domingo, 1 de fevereiro de 2015

VIDA NA ROÇA


Andaram arrastando móveis pesados lá no céu na noite passada ou, como dizia minha mãe, para aplacar minha rebeldia infantil: "Papai do Céu está zangado com você." 

Eram mais ou menos umas duas horas da manhã quando ouvi o primeiro estrondo e acordei sobressaltada. Fato raro, porque tenho sono de pedra. Pinguinho, que dormia tranquilamente nas minhas costas, deu um salto e foi se esconder debaixo da cama. Brownie, que dormia num canto da cama, se enrolou como uma cobra e só abria um olho quando o ruído ficava mais forte. E era um atrás do outro, aterrorizantes, enquanto a chuva caía pesada. Aqui na serra, talvez pela paz e tranquilidade, a trovoada faz um barulho dos diabos e assusta tanto os bichinhos quanto os fogos de artifício.


Mas o dia amanheceu inocente de tudo, com nuvenzinhas rosas e nesgas de céu azul. Aos poucos, a névoa branca que cobria todo o céu foi se aninhar na alta montanha de pedra que parece abraçar as casas dos arredores. Os pássaros voltaram a cantar e as borboletas voaram felizes. 


E hoje é domingo, um dia diferente de todos os outros, porque é quando tomo meu vinho no almoço e vejo um filmezinho, antes que o dia termine.
"É preciso ritos", disse a raposa.
Bom dia, amigos e bom domingo!


O CLIMA DO ANO

Há tempos venho notando que a natureza absorve nossos humores, mas isso é assunto pra outro post. Lembro que, em 2016, meu pé de amora fic...