terça-feira, 29 de agosto de 2017

VIDA NA ROÇA - TERÇA-FEIRA DRAMÁTICA E EMOCIONANTE

Tudo começou quando vi um anúncio na página do FB do Já vendi. E aí, um pouco abaixo, vi outro anúncio no qual uma moça procurava seu pai. Contava que a mãe morrera, que se sentia só e procurava o pai e possíveis irmãos e sobrinhos. A moça dispunha de poucos dados sobre o pai, com o qual não tivera contato e não via há 17 anos. E aí formou-se uma corrente do bem, com todos tentando ajudar a moça a encontrar o pai. E ela o encontrou. Uma sobrinha viu a mensagem. Alguns se emocionaram com a história, inclusive eu.

Fui pra cozinha para fazer meu almoço. Pouco depois, ouvi um miado estranho e persistente da gata Zoinha. Baixei o fogo e fui até a sala. A gata estava em cima do aparador, olhando para o alto, tentando pegar um beija-flor, que voava freneticamente, batendo a cabecinha no teto. O bichinho estava desesperado, querendo fugir. Imediatamente abri a porta da sala e botei a Zoinha pra correr. Tentei fazer o beija-flor baixar mais um pouco para sair pela porta, mas o bichinho continuava assustado. Achei então que eu devia estar assustando-o também. Voltei pra cozinha e fiquei olhando pelo cantinho da porta. Nada aconteceu. O beija-flor continuava batendo a cabeça no teto, se cansava e parava em cima do trilho da cortina. Reparei que estava sem a cauda. Olhei pro chão e estavam lá as peninhas da cauda que a Zoinha devia ter arrancado. Xinguei a gata e depois comecei a rezar. Pedi a São Francisco que o ajudasse, depois pedi a São Jorge, Santo Expedito... Nada. Fui até a lavanderia e peguei uma vassoura. Queria ver se conseguia baixá-lo e foi então que consegui encurralá-lo na vidraça que dá para o jardim. Baixei-me e o peguei. Ele se debateu um pouco, mas consegui ir até a porta e soltá-lo. Voou pro jardim. Graças a Deus, a São Francisco, a São Jorge, a Santo Expedito...


Terminei minha comida e almocei em paz. Dois finais felizes. São tantas emoções...

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

POPSTAR

Não faço exercício físico no domingo e nem assisto à TV. Então ontem foi exceção. Enquanto pedalava minha bicicleta ergométrica, liguei a TV na Globo (o melhor canal da minha TV aberta) e vi que estão dando o "Popstar". O que me chamou atenção foi gente boa, como a afinadíssima Zizi Possi, dona de uma bela voz, estar ali aguentando cantores muito ruins. A situação tá braba mesma. Gente, quanta desafinação! Tirando a Mariana Rios, o resto é de lascar. Eu ia até mudar de canal, mas meu lado sadomasô e fofoqueiro insistiu em ver o programa pra criticar....hehehe. Então, vamos lá. Primeiro deixa eu limpar o veneno que está escorrendo da minha boca. Pronto! Que sainha horrorosa é aquela da Fernanda Lima? E daquela cor? Não tinha nada mais curto e feio pra usar? Ficou vulgar com aquela roupinha estilo menininha que já não lhe cabe mais. E que cara é aquela da cantora Rosemary - uma espécie de Cometa Halley que só aparece a cada 72 anos? Tudo bem, envelhecer é chato paca, mas encher a boca de botox e ficar com bico de pato Donald? Credo! Quem vê uma foto da Rosemery jovem e compara como está agora só a reconhece pelo cabelo - sempre foi loura. Aliás, toda mulher que envelhece fica loura, inclusive eu, já repararam? E que opinião quase unânime e orquestrada dos jurados de elogiar aqueles galos roucos? Bom, esses assuntos me mantiveram ligada no programa e aliviaram meus ouvidos acostumados com Elis Regina. Mas fico aqui pensando: em ouvido mal treinado qualquer desafinado parece ótimo. E cá pra nós, desafinado só dá mesmo pra aguentar o João Gilberto, né não?
Da próxima vez, vejo outro canal, mesmo com imagem ruim. Eca!

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

DICA DE LIVRO - "EL GENERAL EN SU LABERINTO" - GARCÍA MÁRQUEZ

Estudei espanhol pra ler Márquez no original, de tanto que gosto do escritor. Depois de ler o cubano Leonardo Padura, de quem gostei imensamente, fiquei com aquela sensação de orfandade, que me ataca sempre que termino de ler um bom livro. Não sabia que livro ia ler em seguida e saí tentando alguns, mas nenhum me agradou especialmente, até que me deparei com esse livro do Márquez, que havia comprado já há algum tempo. O momento político brasileiro era propício pra lê-lo e por isso fui em frente. García Márquez escreve com maestria (desculpem o pleonasmo) não uma biografia, mas um romance, sobre a viagem exílio de Simón Bolívar, também conhecido como o Libertador, pelo rio Magdalena, no que seria, sem que ele soubesse, seus últimos dias. E o extraordinário é que Márquez consegue contar a história com precisão histórica e ao mesmo tempo dar vida ao personagem, pontuando seus pensamentos. Eu pouco sabia sobre Bolívar e a cada página que virava mais a história me parecia uma velha conhecida. Os grandes homens não são reconhecidos no seu tempo e só a História consegue lhes dar o devido valor. Assim foi com Bolívar. Sua morte precoce, aos 47 anos, foi causada por envenenamento para alguns, enquanto outros diziam que Bolívar era tuberculoso. Em 2010, Hugo Chávez determinou a exumação do cadáver para dar fim ao mistério. Mas não se chegou à nenhuma conclusão e a morte de Bolívar permanece tão misteriosa como antes. A foto é uma reconstituição de seu rosto. Recomendo o livro pra quem curte romance histórico e, claro, aos fãs de García Márquez.

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

VIDA NA ROÇA - A LIÇÃO DA CEREJEIRA EM FLOR


Foi graças ao amigo Anilton Soares que realizei um grande sonho: ter um pé de cerejeira. Ele me deu uma muda, e eu cuidei dela com muito carinho, até virar uma árvore frondosa sob a qual me sentava para minha leitura diária. No ano passado, metade das folhas caíram e foi nessa metade que as flores se abriram. Ah, foi uma festa!
Neste ano, aguardei ansiosa o ciclo da cerejeira. Primeiro ela joga fora todas as folhas antigas, amarelecidas, até ficar totalmente desnuda. É triste vê-la assim sem folhas, com os galhos secos e pontudos, como bracinhos a pedir ajuda. Cheguei a pensar que minha cerejeira estava morrendo e, durante um bom tempo, nada me convencia do contrário. Eu me perguntava o que tinha feito de errado com a minha árvore tão querida e me preparava para a terrível perda. Foram semanas de incerteza e angústia, até que um dia percebi que pequenos brotos surgiam nos galhos. A cerejeira é muito vaidosa e leva tempo se preparando para florir. Mas floriu. No início, ela é só flores e os passarinhos chegam em bandos para sugar-lhes o néctar. Dias depois, chegam as abelhas e quem passa pela cerejeira escuta o barulhão dos zumbidos. Uma festa gastronômica! A cerejeira não é apenas linda, mas também generosa no banquete aos seus convidados. Depois de alimentar passarinhos e abelhas, as flores começam pouco a pouco a cair, cumpriram seu ciclo, e aí voltam as folhas novas e verdinhas. Daqui a pouco, quando as folhas crescerem um pouco mais e o verde se intensificar, vou voltar a sentar-me à sombra da cerejeira e ler meu livro.

O CLIMA DO ANO

Há tempos venho notando que a natureza absorve nossos humores, mas isso é assunto pra outro post. Lembro que, em 2016, meu pé de amora fic...