Vivi minha vida inteira sem conhecer a primavera. Quem nasceu no Rio, como eu, só conhece duas estações: calorão e friozinho.
Foi aqui na serra que vim a conhecer todo o esplendor da primavera, que só sabia de filmes, de ouvir falar, de ver cartão postal. Mas a primavera, pra minha surpresa, se nota mesmo nos pequenos detalhes. As formiguinhas cavam buraquinhos na terra e aparecem, os insetos ficam muito assanhados e os passarinhos namoram. É namoro levado a sério, porque logo eles iniciam a construção do ninho. A gente olha pro céu e lá estão eles na azáfama: é passarinho pra cá, é passarinho pra lá. E entre uma lida e outra, alguns param pra cantar. É lindo! Ouvi o concerto de uma sabiá ainda agora, no jardim. O dia mal começa a clarear e é aquela cantoria. O despertar é sempre feliz, sempre tranquilo, sempre em paz.
E nem vou falar das flores. Até a mais pequeninha brota do chão. E também nem vou detalhar o céu azul bebê, as nuvens brancas de carneirinhos, porque tudo é tão lindo que não cabe nas palavras.
É verdade, a primavera emociona. É verdade, a primavera é a estação do amor.
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