Apareceu um buraco aqui na rua. Botaram um galho de árvore
pra avisar ao motorista. Esperei que a prefeitura tomasse providências, mas
nada aconteceu. O tempo passou. Um dia, aparece outro buraco, desta vez mais
perto da minha casa. Liguei pra ouvidoria da prefeitura e me atendeu um sujeito
muito simpático - que raro! Falei dos dois buracos e ainda da placa da rua que,
pasmem!, é de madeira. O funcionário abriu processos pras minhas queixas e
pediu que eu ligasse de volta quando o assunto estivesse resolvido. Dois meses
se passaram e nada. Um dia, uma teresopolitana me aconselhou a ligar pra
televisão. “Eles vão até o local, botam a matéria no ar e logo, logo a
prefeitura toma providências.” Liguei pra TV e a jornalista que me atendeu,
pediu meus dados e me avisou que eu seria entrevistada. O quê? Nunca apareci na
TV e, podem acreditar em mim, nunca fiz a menor questão. Sempre gostei de ficar
do outro lado. Diante da minha indecisão, a jornalista ameaçou cancelar a
matéria. Na última hora, aceitei. Tudo pelo social. Assim que desliguei o telefone,
me veio à cabeça aquelas ataques de vaidade que toda mulher tem: “com estas
unhas?, com este cabelo?” Corri até o salão e me produzi. No dia da tal
entrevista, acordei cedo e me emperequetei toda, logo eu que adoro andar de
pijama. Mas era eu mesma, irreconhecível até pra mim, e de salto!? A
entrevista fora marcada pras 11 horas. As 11 horas chegaram, o tempo passou e...nada.
Levei o maior bolo. Tirei aquela parafernália toda e voltei a vestir o pijama.
Lá pelas 3 da tarde o vizinho avisou: “O caminhão da prefeitura está aí tapando
os buracos.” Agora só falta a placa.
terça-feira, 13 de maio de 2014
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