Andaram arrastando móveis pesados lá no céu na noite passada ou, como dizia minha mãe, para aplacar minha rebeldia infantil: "Papai do Céu está zangado com você."
Eram mais ou menos umas duas horas da manhã quando ouvi o primeiro estrondo e acordei sobressaltada. Fato raro, porque tenho sono de pedra. Pinguinho, que dormia tranquilamente nas minhas costas, deu um salto e foi se esconder debaixo da cama. Brownie, que dormia num canto da cama, se enrolou como uma cobra e só abria um olho quando o ruído ficava mais forte. E era um atrás do outro, aterrorizantes, enquanto a chuva caía pesada. Aqui na serra, talvez pela paz e tranquilidade, a trovoada faz um barulho dos diabos e assusta tanto os bichinhos quanto os fogos de artifício.
Mas o dia amanheceu inocente de tudo, com nuvenzinhas rosas e nesgas de céu azul. Aos poucos, a névoa branca que cobria todo o céu foi se aninhar na alta montanha de pedra que parece abraçar as casas dos arredores. Os pássaros voltaram a cantar e as borboletas voaram felizes.
E hoje é domingo, um dia diferente de todos os outros, porque é quando tomo meu vinho no almoço e vejo um filmezinho, antes que o dia termine.
"É preciso ritos", disse a raposa.
Bom dia, amigos e bom domingo!
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