Hoje, às 6 da manhã, abri a porta e me assombrei com o forte clarão alaranjado que vi no céu. Parecia uma grande fogueira lá pras bandas da Mulher de Pedra. Saí pro jardim e fui recebida por uma cantoria linda dos pássaros, que se aboletavam no alto da sibipiruna desnuda, ainda parindo as folhas bebê que estarão verdinhas na primavera. Depois entendi, os pássaros haviam se aliado ao vento para expulsar o resto de nuvens agourentas, sobras da tarde de ontem, que tentavam empanar o brilho do sol. Pouco a pouco, vencidas pela forte torcida do vento com os passarinhos, elas foram clareando e se dissipando. As cores do céu também se tornaram mais suaves e já se via nesgas azuladas e tons rosados lá e cá, tingindo umas poucas nuvens. Pouco a pouco o sol guerreiro venceu todos os obstáculos e nasceu em cores mais amenas. Até um leve prateado já se notava em seu caminho. A lua ainda estava alta no céu, cercada de um halo cor de prata. A natureza estava em todo seu esplendor, divina e bela, e eu fiquei com pena dos que ainda dormiam e com isso perdiam o belo espetáculo do amanhecer de domingo. Rezei, agradecida, e entrei.
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