Pois é, veio a Copa do Mundo e também a preguiça. Vi quase todos os jogos, porque adoro futebol, embora entenda pouco do esporte. Com isso, deixei de lado minhas postagens. E houve quem reclamasse, para minha alegria. É por isso que volto a escrever. Pretendo continuar descrevendo a viagem que fiz a São Petersburgo, esse lindo passeio que abandonei por pura malandragem. Mil desculpas a quem estava me acompanhando.
Antes de continuar a viagem, queria contar uma experiência interessante que me aconteceu ontem à tarde. Tive de comparecer, debaixo de toda a chuva que caiu, ao Tribunal Cível, para uma audiência de conciliação com a Oi - essa empresa que presta um desserviço à população e agora passou a assaltar o bolso do consumidor. Não houve consenso e a ação que ajuizei vai a julgamento daqui a quinze dias.
Saí do Tribunal frustrada com o impasse e segui caminhando pela Jardim Botânico, na volta para casa. Atravessei a rua, porque queria conhecer o novo mercado Zona Sul (meu preferido) aberto recentemente. Foi então que senti o cheiro do pão doce, por um instante fugaz. Estava perto de uma padaria e era lógico que o cheiro devia vir de lá. Mas não. O cheiro não vinha de parte alguma, apenas da minha imaginação. Por quê?
Lembrei da minha infância e de como era comum sentir o cheiro do pão doce que vinha da padaria. E como nós, crianças, éramos atraídas pelo aroma inigualável. Comer um pão doce fresquinho era tudo de bom e nosso mundo infantil ficava mais colorido. Esquecíamos as broncas dos professores, as brigas com os colegas, os castigos e as surras.
Uma vez, há anos, a caminho de Búzios, passei por uma rua ladeada de casas populares. Ao chegar à esquina, senti o cheiro inconfundível do pão doce, que vinha da padaria. Parei o carro e convidei os dois amigos argentinos que me acompanhavam a saborear aquela iguaria. Quem já foi a Buenos Aires sabe que a patîsserie argentina é fabulosa. Pois mesmo assim, os argentinos se encantaram com aquele pão doce e sei que até hoje eles guardam uma memória feliz daquele dia.
Fiquei novamente frustrada quando percebi que não havia pão doce fresquinho em parte alguma. Minha esperança era o Zona Sul. Eles têm uns colimaçons que iam quebrar o galho. Avancei rápido até lá. Outra frustração. Nem colimaçon e nem mesmo o ciabatta. Aliás, o Zona Sul foi outra frustração.
Chovia sem parar. Era um dia triste e sombrio. O jeito era ir para casa e beber um café quentinho ou um chocolate, tomar um banho, trocar aquela roupa molhada na barra e me consolar vendo a chuva cair. Mas a memória do pão doce me trouxe lembranças felizes.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
O CLIMA DO ANO
Há tempos venho notando que a natureza absorve nossos humores, mas isso é assunto pra outro post. Lembro que, em 2016, meu pé de amora fic...
-
Minha mãe costumava usar esse dito, para nosso espanto de criança, porque não atinávamos com o significado. Com o tempo fomos enten...
-
As meninas estavam excitadas. Íamos acampar em Prado, no sul da Bahia, e elas anteviam a diversão e a oportunidade de terem o pai e a mãe j...
-
Acordei pensando nas cigarras. Por onde elas têm andado? Pra mim, verão de verdade tem de ter coisas como o canto das cigarras, flamboyants ...
Um comentário:
Essa foto do pao eh sacanagem com quem mora longe hein! Fiquei com agua na boca!!! :-) Eu tenho menos chance ainda de encontrar tal iguaria... :-( Mas que bom que o pao doce te remeteu a infancia e te fez esquecer os problemas... Incrivel como eh dificil encontrar uma padaria decente hoje em dia. A ultima vez que comi pao doce foi na padaria Ipanema no ano passado, lembra? Levei pra casa e nao sobrou nem farelo pra contar a estoria... :-) Beijos!
Postar um comentário