Para muitos, viajar a São Paulo é coisa corriqueira. Não para mim. Ir a São Paulo numa sexta-feira à noite, de ônibus leito, e voltar no sábado à noite, de ônibus executivo, foi uma experiência incrível.
Não digo que sofri - não chegou a tanto -, mas me preocupei em fazer uma viagem longa (quantos países teria cruzado em 6 horas de viagem na Europa?). Meu corpo aguentaria? Sentiria cansaço e dor ao caminhar? Fiquei preocupada um pouco, sim, não nego,mas fui presenteada pela natureza com um pensamento positivo inabalável. E as coisas têm dado certo para mim. Com a graça de Deus.
Fui fazer um curso sobre uma ferramenta de auxilio na tradução, que agora me está sendo muito útil. Não se faz mais tradução como antigamente. O mundo moderno exige agilidade e as ferramentas estão aí para nos ajudar. Foi ótimo o curso e fiz amizades lá. Só isso valeu a viagem.
Mas algo assustador aconteceu: levei um tombo. Por pura imprudência. Apesar do susto, a experiência foi positiva, pois exorcisei meu grande medo. Na hora do almoço, cheguei primeiro à mesa, onde apoiei a bandeja com a comida. Pendurei a bolsa no espaldar da cadeira, sem notar que esta era leve demais para suportar o peso. O resultado foi que a cadeira caiu para trás, eu não vi e sentei no chão. Atrás de mim, risos abafados. E eu teria rido também, não fosse o susto. Fiquei contente de ver que as pessoas riam às escondidas. Pior seria se viessem correndo me acudir, com pena de mim. Como é bom a gente ser normal, igual a todo mundo! Só quem viveu experiências extremas pode entender o que estou falando. Veio apenas o garçom, mas eu já tinha levantado quando ele me alcançou.
Terminado o curso, peguei um táxi para a rodoviária. Consegui trocar a passagem para sair mais cedo. Feito isso, fui ao toalete, que é controlado por uma "supervisora". Catei os R$ 1,20 e fiquei na fila aguardando a minha vez. Uma senhora de cabelos brancos estava na minha frente. Apesar do cabelo branco, ela era bem mais jovem do que eu. Ao chegar-lhe a vez, a supervisora disse que ela não precisava pagar e lhe mostrou o cartaz. A senhora ficou meio confusa e percebi que era gringa. Li o cartaz e vi que eu também me enquadrava naquela condição: não ia precisar pagar. Ao dizer isso à supervisora, ela exigiu minha carteira de identidade. Fiquei tão feliz, tão agradecida, que resolvi pagar com o maior prazer. Como disse minha querida filha Patricia, o elogio vem de onde menos se espera.
Ao chegar em casa, às 2 horas da manhã, a turminha, em peso, veio me receber na porta. Kika, Fred, Leo e Nina pareciam muito felizes com a minha volta. Depois de fazer um carinho em cada um deles, fui dormir feliz.
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Um comentário:
Mae, como te disse por e-mail, voce deve se sentir muito orgulhosa por esta conquista! Mesmo que o curso nao fosse bom (mas ainda bem que foi!) teria valido a experiencia! PARABENS!!!
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