O ônibus parou na frente do hotel Rossiya, o maior do mundo, que ficava às margens do Moscova. Ficava bem pertinho do Kremlin, Praça Vermelha, Catedral de São Basílio, enfim, de tudo. O hotel era gigantesco e usado na época do comunismo para as reuniões do partido e hospedagem de seus membros. Histórico, gigantesco (como eram todas as construções do período) e maravilhoso. Infelizmente, foi abaixo e disso falarei amanhã.
Não foi tão maravilhosa assim a burocracia que tivemos de enfrentar. Para começar, o pessoal da recepção não falava uma palavra de inglês e o pobre do guia era um só para dar conta de tanta gente. Tivemos de dar nossos passaportes e eles o seguraram durante três dias e só o devolveram quando nos cansamos de pedir.
Depois da sabatina na recepção (queriam saber tudo, para quê meu Deus?), recebemos finalmente o que depois, mais tarde, ficamos sabendo que era a "karta". De posse desse papelzinho, ou "karta", nos dirigimos ao elevador e ao andar onde ficava o nosso quarto. No elevador, pedi que a filha do meio guardasse o tal papelzinho, porque tive medo de o perder no meio de bolsas e malas.
Ao descermos do elevador, nos deparamos com um longuíssimo corredor onde havia uma escrivaninha e, atrás dela, uma mulher com cara de poucos amigos. Achamos que devíamos nos dirigir à tal mulher que, claro, só falava russo. Ela nos perguntou algo em russo que, claro também, não entendemos patavina. E ela fazia sinal com as mãos, que formavam um quadrado. Apesar de não falarmos russo, nosso nível intelectual não é dos piores, mas o cansaço da viagem e talvez a antipatia instantânea que sentimentos pela mulher nos impedia de entendê-la. E ela repetia sem parar "karta", sempre que lhe pedíamos as chaves (falada em vários idiomas e também através de gestos). Meu Deus do Céu, o que era aquilo que ela tanto repetia?
Diante de nossas caras de bocó, essa fera chamou um senhor que parecia da manutenção e que supostamente falava alemão. O pobre coitado não falava nem russo. Mas foi graças a ele que tivemos acesso ao nosso quarto. Ele usou uma ferramenta para abrir a porta. Finalmente!!! Tínhamos o quarto, mas não tínhamos a chave, mas isso a gente ia ver depois.
E foi aí que a filha do meio abriu a bolsa e disse, mostrando o papelzinho do qual eu já nem me lembrava mais: "Mãe, acho que a tal "karta" é isso aqui?
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2 comentários:
Mais que milagre essa tal "karta" nao ter caido no triangulo das bermudas, calcas e calcinhas da filha do meio!!!
É porque não deu tempo. Assim que entramos no quarto, ela abriu a bolsa e a karta estava lá. Foi milagre mesmo!!!!
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