Finalmente saímos daquele hotel "monstro" e fomos para a rua. A primeira coisa que nos impressionou foi a imensidão do espaço urbano. Nada de prédio colado um ao outro. Tudo era amplo, espaçoso. Nenhuma construção era excessivamente alta e a gente podia olhar para cima e ver o céu, com aqueles riscos que se formam depois da passagem dos aviões. O céu russo parecia muito maior do que em qualquer outra parte do mundo. Na Rússia tudo é gigantesco e impressionante. A gente se sente muito pequeno lá.
Tivemos a felicidade de ir em 1999, quando o país ainda recebia seus primeiros visitantes e emergia do comunismo. Não havia quase carros na rua e o trânsito era bom. Hoje sei que é um inferno. Os carros eram antigos e parecia que a gente tinha entrado no túnel do tempo. Era como se estivéssemos vivendo 40 anos atrás. (Aliás, senti o mesmo em outros países comunistas, dos quais falarei em outro post)
As pessoas eram outro capítulo à parte: sombrias, arredias, distantes. Todas usavam casacos, apesar de fazer sol e o tempo estar fresco. Nós, que somos dos trópicos, estávamos mais à vontade do que eles. Na volta, perguntamos ao guia o porquê e ele nos disse o que ficou para sempre na minha memória: "Nós respeitamos o frio."
Logo, logo chegamos ao Kremlin e à Catedral de São Basílio. Nosso coração parou de emoção diante de tanta beleza e magnificência. Foi como se tivéssemos sido atingidas por um soco, terremoto ou sei lá o quê, mas no bom sentido. Aliás, no melhor de todos os sentidos. Ficamos zonzas. Era tudo incrivelmente belo e gigante. Meus olhos se encheram de lágrimas.
A Praça Vermelha é tão grande que não se pode descrevê-la em palavras. Está situada em frente ao Kremlin e foi construída na virada do século XV para o XVI. A função da praça era estratégica: garantir aos Czares boa visibilidade no caso de aproximação de inimigos. Também foi palco de importantes acontecimentos históricos que mudaram o mundo, e o nome Praça Vermelha não é por causa da cor dos tijolos ou dos muros, mas sim porque a palavra vermelho em russo também serve para caracterizar bonito. E como tudo é tão bonito...
No próximo post falarei mais das belezas que ficaram para sempre em nossos olhos, corações e mentes.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
O CLIMA DO ANO
Há tempos venho notando que a natureza absorve nossos humores, mas isso é assunto pra outro post. Lembro que, em 2016, meu pé de amora fic...
-
Minha mãe costumava usar esse dito, para nosso espanto de criança, porque não atinávamos com o significado. Com o tempo fomos enten...
-
As meninas estavam excitadas. Íamos acampar em Prado, no sul da Bahia, e elas anteviam a diversão e a oportunidade de terem o pai e a mãe j...
-
Acordei pensando nas cigarras. Por onde elas têm andado? Pra mim, verão de verdade tem de ter coisas como o canto das cigarras, flamboyants ...
Nenhum comentário:
Postar um comentário