Minha filha acabou concordando comigo, mas falou da sua preocupação com a dificuldade que estávamos tendo para conseguir uma acompanhante à altura da Adriana. Rezei muito e Deus me atendeu. Depois da moça má, finalmente veio outra, também de nome complicado, mas boazinha e eficiente.
Nekar e Adriana se apiedavam do meu sofrimento noturno e não davam trégua aos técnicos de enfermagem. Iam atrás deles em busca do alívio para as minhas dores. Graças a elas eu consegui ter forças para superar toda aquela provação.
O braço esquerdo precisou ser operado de novo, o que deixou o ortopedista irritadíssimo. Ele se queixava do descaso da enfermagem. O braço direito continuava engessado, mas chegou o dia em que o gesso foi removido. Meu coração palpitava de alegria. Eu ia pelo menos ter um braço livre. Ia poder coçar o nariz, passar a mão no rosto, tocar a campainha. Era mais um passo em direção à liberdade.
O médico veio acompanhado do técnico do raios X, que retirou o gesso. Ele me pediu que para fazer alguns movimentos e relatar qualquer dor. Infelizmente, o braço doía e, para meu desespero, ia voltar para o gesso. Não disse nada ao ortopedista, mas acho que de tanto bater esse braço, quando estava na UTI, devo ter atrasado minha recuperação. Ainda não era daquela vez que ia ficar livre e acabei terrivelmente deprimida. Minha provação parecia não ter fim.
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