A realidade era dura. Minha casa foi invadida por gente estranha que circulava por todas as (poucas) dependências. Minha situação financeira era crítica e eu tinha de arcar com os gastos aumentados da luz, gás, telefone e da comida. A pouca reserva financeira que tinha conseguido acumular se esgotava rapidamente. Precisava ficar boa logo, precisava voltar ao trabalho para me recompor financeiramente. Pensando nisso, eu me esforçava, dava tudo de mim nos exercícios de fisioterapia. E eu avançava, surpreendendo a todos.
A chegada da filha mais velha com o netinho contribuiu muito para a minha recuperação. O neném começava a andar e eu também. Parecíamos disputar quem ia primeiro conseguir a façanha. Ele ganhou. Não muitos dias depois, experimentei a emoção de caminhar pela primeira vez, no início amparada e depois sozinha. Era final de maio, início de junho. Meu neto ia fazer aniversário e eu pude comemorar com a família. Foi um feito e tanto, porque ninguém esperava que eu estivesse recuperada em tão pouco tempo. Minha felicidade parecia não ter fim. Mas nuvens escuras e ameaçadoras se aproximavam.
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