Depois das festas de fim de ano, os dias se passaram como um furacão. Rapidamente, chegou o dia da filha do meio ir embora. Chorávamos pelos cantos, tentávamos consolar uma a outra. Fazíamos promessas mútuas de reencontro. Aqueles foram dias de muita tristeza.
Reuni todas as forças que ainda me restavam e fui levar a filha no aeroporto. Caiu um tempestade nesse dia, horas antes de sairmos de casa. Parecia que a natureza expressava meu sentimento interior. Temi que ela não pudesse embarcar. Apesar de triste, a filha queria muito voltar à sua casa, rever o namorado e tentar reconstruir a relação. Sim, chegara a hora de nos separarmos.
A filha ia recomeçar a vida dela. Eu tentaria reconstruir a minha. De certa forma, estávamos vivendo momentos semelhantes, com a diferença de que, quando se é jovem, recomeçar é fato normal e quase corriqueiro.
Eu precisava vencer o desespero e a dor de estar só, longe das minhas meninas. Precisava ultrapassar limites e vencer a dor física, que tolhia meus movimentos. Ir à rua às vezes me custava. Um ano se havia passado e eu ainda sentia dores, embora elas já dessem sinais de arrefecimento.
Recomeçar parecia uma tarefa hercúlea, me causava desânimo e tristeza, mas era o que eu devia fazer. “Meu Deus, por favor, não me abandone agora. Preciso continuar a luta do dia a dia.”
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