Convoquei a família para uma missa de agradecimento a Santo Expedito. Antes, não acreditava no Santo e nunca me ocorreu que um dia eu ia precisar tanto dele. Acreditem: o Santo atendeu a todos os meus pedidos, especialmente aqueles que fiz nos momentos de maior desespero.
Antes de ir à missa, fui ao cabeleireiro. Queria que todos me vissem recuperada. Queria que todos vissem o milagre. Um novo penteado ia me ajudar a esconder todo o sofrimento por que passei. Também não queria que meus amigos me vissem com cara de doente. Na saída do salão, o taxista que me levou para casa, um senhor muito simpático, me olhou com admiração. Sim, eu estava bem. Não como estava antes do acidente, mas aos poucos eu voltaria ao normal.
Primeiro tive de passar no serviço médico da empresa para receber a alta. A assistente social estava presente. Ela e a médica confabulavam longamente, a portas fechadas, enquanto eu esperava ser atendida. Havia qualquer coisa estranha no ar, mas eu estava ansiosa e feliz e nada ia atrapalhar aquele momento mágico. Os fatos estranhos que aconteceram um pouco antes da minha volta não queriam dizer nada. Estava tudo bem, eu ia voltar e era isso que interessava. Não quis prestar atenção aos sinais. Não quis ver as nuvens carregadas que se acumulavam, prenunciando uma tempestade devastadora que ia desabar sobre minha cabeça.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
O CLIMA DO ANO
Há tempos venho notando que a natureza absorve nossos humores, mas isso é assunto pra outro post. Lembro que, em 2016, meu pé de amora fic...
-
Minha mãe costumava usar esse dito, para nosso espanto de criança, porque não atinávamos com o significado. Com o tempo fomos enten...
-
As meninas estavam excitadas. Íamos acampar em Prado, no sul da Bahia, e elas anteviam a diversão e a oportunidade de terem o pai e a mãe j...
-
Acordei pensando nas cigarras. Por onde elas têm andado? Pra mim, verão de verdade tem de ter coisas como o canto das cigarras, flamboyants ...
Nenhum comentário:
Postar um comentário