(Este conto é dedicado a Isabella Nardoni, pobre menina torturada pela madrasta e morta pelo pai)
Caminho por uma estrada longa de terra batida. De cada lado, uma alameda de eucaliptos altos e esguios desenha no chão linhas perfeitas e retas. O sol se infiltra por entre as árvores formando desenhos arbitrários e assustadores, enquanto se ouve ao longe uma sinfonia perfeita executada por insetos e grilos. De resto, tudo na mata que se estende à minha frente é silêncio e harmonia.
Ando na direção oeste e de longe vejo um pequeno vulto que caminha na minha direção. O sol prepara sua despedida, colorindo o céu com tons de rosa, azul pálido e amarelo vivo, quase alaranjado. É um lindo final de tarde de outono que vai embora lentamente, enquanto aguarda pacientemente que a noite vista com calma seu longo vestido negro, salpicado de lantejoulas. A noite não tem pressa e a natureza parece reter um suspiro de inquietação, aguardando sua entrada triunfal.
Apresso o passo para encontrar-me com o vulto que caminha na minha direção. É uma menininha que chora desconsoladamente. Por que chora a menina?
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