Fiquei internada sete dias e dessa vez em outro hospital. Em momentos assim é difícil manter a esperança. Tudo parecia estar desmoronando ao meu redor. O meu sofrimento parecia longe de terminar. É melhor desistir de tudo, não adianta. Parece que mais bactérias vão surgir e elas vão vencer, vão se apoderar do meu corpo e destruí-lo. Foi o que expressei em conversa com um médico e ele me disse com toda convicção: “nao importa quão forte elas sejam, a gente vai sempre destruí-las e vencê-las.” Infelizmente, não é bem isso o que se lê nos jornais, mas eu queria acreditar nas palavras do médico e achei melhor decorar o que ele disse. “Eu ia vencer, eu vou vencer, estou vencendo, porque sou mais forte.”
Enfrentei os sete dias de tratamento intravenoso com coragem e disposição. Sete longos dias. Não foi fácil, creia-me. É muita solidão e medo a vencer e não adiantam as palavras de conforto. Elas soam como clichês e chegam a aborrecer, às vezes. A verdade é que o fim do túnel parece muito longe, mesmo estando a uma distância de sete dias. São sete dias que se arrastam em longuíssimas horas. São sete noites intermináveis.
Ao término de toda essa irritante espera, eu ainda sentia desconforto ao urinar e tinha algum sangramento. Teria de esperar mais uma semana para ter certeza de estar livre da perigosa bactéria. Seriam mais sete dias intermináveis. Mais sete noites que se arrastariam em longuíssimas horas. “Meu Deus, dai-me paciência e fé.”
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