Senti pena de mim e fui condescendente comigo, porque sabia que aquela dor ia passar, que eu ia superar e renascer, como sempre o fizera. Era só uma questão de tempo e eu estava aprendendo, penosamente, a ser paciente. Estava aprendendo, sofridamente, a esperar. Sabia que ia conseguir.
A filha do meio chegou no início de dezembro. Ela ficou chocada com tudo o que me aconteceu e veio correndo passar as festas de fim de ano comigo. É minha filha mais desprendida, porque deixou sua vida em suspenso para se dedicar a mim, durante quase dois meses, e não há palavras que possam agradecer gestos como esse.
Foram dias maravilhosos, um bálsamo para minha dor e tristeza. Com minha filha pude sorrir, brincar, conversar e até brigar – essas coisas que a gente faz normalmente sem se dar conta do quanto são preciosas. Saíamos para tomar café e bater um papo sobre os mais diversos assuntos - um programa de que gostamos muito. Com minha filha perto de mim eu me sentia renascendo, a vida parecia tomar seu curso normal. Fomos ao cinema, mas a maior parte do tempo ficamos dentro de casa, num tête-à-tête amigável e carinhoso. Uma pena que, nos momentos em que mais nos sentimos felizes, o tempo parece voar.
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