segunda-feira, 29 de julho de 2013

CINEMA

 CÉSAR DEVE MORRER
 "Depois que conheci a arte, esta cela se tornou uma prisão". Com essas palavras termina o maravilhoso filme semi-documental dos irmãos Paolo e Vittorio Taviani, CÉSAR DEVE MORRER (Cesare deve morire, 2012). Na prisão de segurança máxima de Rebibbia, em Roma, assassinos, traficantes e ladrões encenam "Júlio César", de Shakespeare, com adaptação livre e em seus dialetos de origem. Emociona o discurso de Marco Antônio no funeral de Júlio César: "O mal que o homem faz sobrevive à sua morte; o bem é sempre enterrado com seus ossos". A obra de Shakespeare já foi encenada inúmeras vezes e a gente pensa que não há mais novidade. Daí surgem os irmãos Taviani para provar o contrário, apresentando a obra com novas cores e fazendo surgir novas emoções. Uma obra de arte que ganhou o Urso de Ouro do Festival de Berlim 2012.

 FILANTROPICA
Acabo de assistir a outro filme romeno FILANTROPICA, 2002, do diretor Nae Caranfil, considerado por alguns como a melhor obra cinematográfica da Romênia, embora não tão premiado como outros filmes do país. É a história do professor de literatura Ovidiu Gorea (Mircea Diaconu), que não se realiza nem na profissão e nem como escritor - o único livro que escreveu só vendeu 3 exemplares. Gorea já está na metade dos seus 40 anos e não consegue se bancar sozinho - vive com os pais. Sua frustração aumenta quando conhece uma belíssima mulher, Diana (Viorica Voda), e percebe que não tem nem dinheiro para levá-la a um restaurante. É aí que conhece o estelionatário, Pavel Puiut (Florin Zamfirescu), que lhe ensina a ganhar dinheiro fácil dando golpes em restaurantes, ao lado de uma falsa esposa, Miruna (Mara Nicolescu).
A ironia é que ao se fazer de vítima em suas tramóias, Gorea é na realidade uma vítima de verdade do próprio sistema injusto do seu país, que paga um salário miserável ao professor.

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