terça-feira, 15 de junho de 2010

O Hermitage

Antes de ser a belezura que é hoje, São Petersburgo era um pântano insalubre.ao longo do rio Neva, no golfo da Finlândia.  O czar Pedro, o Grande, foi chamado de louco quando decidiu construir a cidade naquele local em 27 de maio de 1703.  E a primeira coisa que fez foi erguer a fortaleza de Pedro e Paulo para bloquear o avanço sueco na região.Construída às margens do rio Neva, sobre centenas de ilhas de todos os tamanhos entrecortadas por canais, a cidade ganhou o apelido de Veneza do Báltico. 

No dia seguinte à nossa chegada a São Petersburgo, fomos visitar o Museu Hermitage.  Caminhamos pela avenida Nevskyi Prospekt, onde se concentram o comércio, hotéis e todo o burburinho da cidade. .

O Museu Hermitage é a principal atração turística da São Petersburgo. Nenhum outro local na Rússia e poucos do mundo tem coleções de arte tão preciosas quanto às que estão expostas lá. Construído entre 1754 e 1762, graças à czarina Catarina a Grande, seu acervo hoje chega a 2,7 milhões de peças, cobrindo um período que vai do Egito antigo até a Europa do século 20. Em destaque, estão obras de Leonardo da Vinci, Michelangelo, Rembrandt, Van Gogh, Matisse, Gaugin e Rodin. O principal prédio do conjunto é conhecido com Palácio de Inverno, pois foi uma das residência dos czares russos.

Entrar no Hermitage é se sentir pequeno, inferior, feio diante da imponência que começa logo na longa escadaria de mármorè.  ´Nossa visita ao museu durou pelo menos 3 horas e pudemos apreciar as principais coleções.  Externamente o prédio do Hermitage é igualmente belíssimo, e mesmo numa cidade repleta de belezas arquitetônicas, o palácio verde e branco, em estilo barroco, destaca-se por suas dimensões e majestosidade. Ao todo o prédio tem 1786 portas, 1945 janelas e 1057 salões ricamente adornados.

Em frente à Praça do Palácio - Dvortsovaya Ploshchad - destaca-se a Coluna de Alexandre -Aleksandrovskaia Kolonna - sólido monolito de 600 toneladas e 50 m de altura, comemorativo da vitória de Alexandre II sobre as tropas de Napoleão Bonaparte. No topo da coluna, um anjo segura uma cruz e consta que o rosto do anjo foi modelado de forma a reproduzir as feições do imperador.

Depois de nos impressionarmos com o Hermitage (Eu senti uma enorme emoção, porque conheço a história dos czares que moraram no palácio e estava, naquele momento, realizando um grande sonho) a filha do meio quis se juntar a um grupo que saía para almoçar.  Acompanhei o grupo, mas não gostei do restaurante: era um fast food  Não fui à Rússia para comer comida americana.  Frustrada mas não vencida, resolvi fazer meu próprio programa.  Andei em direção à catedral de Santo Isaac e descobri, bem em frente, pequenos quiosques que serviam bebida e comida ao ar livre.  Tomei uma cerveja embaixo do sol brilhante que fazia naquele início de tarde.  Já no primeiro gole fui invadida por uma sensação de paz e alegria que a gente sente quando os olhos se enchem de beleza e o coração transborda de felicidade.

Reconfortada, voltei caminhando em direção ao hotel.  No caminho, não resisti ao ver um cartaz anunciando caviar e cerveja por um preço baratíssimo.  Em que lugar do mundo e em que circunstância eu iria ter essa mesma oportunidade?  Quem sabe faz a hora.... Entrei no restaurante e degustei aquele caviar magnífico, inesquecível.

Sim, São Petersburgo era linda e o mundo, maravilhoso.  O sol não se punha nunca e eu só ia ao hotel tomar um banho e trocar de roupa.  O dia estava só pela metade.  Muita coisa ainda ia acontecer...

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Intermezzo


Uma conversa que tive com minha sobrinha fez disparar alguns sentimentos que eu vinha tentando esconder, a duras penas.  Tininha foi a primeira a chegar ao hospital e foi a ela que fiz algumas perguntas, quando conversamos na semana passada.  E ela esclareceu alguns pontos obscuros do acidente, pois me viu ainda na maca e inventariou meus ferimentos.  Era muito grave, e ela me disse; "Tia, se quiser dar susto em alguém, volte ao Miguel Couto e visite a equipe médica que atendeu a senhora."

Algumas pessoas acham que a gente deve simplesmente passar uma borracha no malfeito e seguir adiante.  Não consigo pensar assim, embora me esforce.  Acho que talvez as coisas devam ficar bem esclarecidas e, só depois disso, a gente pode dar o assunto por encerrado e não pensar mais nele - se possível.  Não sei se chegarei a esse ponto.

Não há um dia sequer em minha vida, desde que tudo aconteceu, que as imagens do acidente não me venham à lembrança.  Eu revivo cada momento, para horror meu.  Bem que eu gostaria de esquecer, mas ainda não é possível.  A conversa que tive com Tininha talvez me ajude a virar essa triste página, ou pelo menos acelere o processo.  Graças a essa conversa, entendo agora os acidentes geográficos do meu corpo.

Mas ainda não consigo entender como tudo aconteceu.  Tenho apenas as sensações de me sentir empurrada, de mãos que se estendiam para me agarrar, de uma luz que me atraía e de estar batendo com os braços para me livrar de um rodamoinho.  Essas sensações permanecem e eu não sei se são fruto da minha imaginação ou se elas realmente aconteceram. 

Eu acharia mais normal se, naquele fatídico dia, uma nave espacial descesse na rua Muniz Barreto e um alienígena me levasse embora.  Como aceitar uma fatalidade dessas?  Como aceitar algumas limitações do meu corpo antes tão elástico, firme e flexível?  Como aceitar essa sensação de medo a cada vez que saio à rua?  Como esquecer se as lembranças estão bem à minha frente, cada vez que caminho pelas redondezas?

As pessoas vivem despreocupadas, sem se darem conta de que a morte é muito mais presente do que imaginam.  Ela pode estar em cada esquina, em cada pequeno movimento, em cada pequeno descuido ou nos surpreender, mesmo quando estamos alertas.  E as pessoas dão tanta importância a coisas pequenas, superficiais, materiais, irrelevantes, sem atentarem para o fato de que esses objetos, essas coisas ficarão, enquanto elas fecham os olhos para sempre. 

Para sempre... dormir para sempre e não despertar mais... (To die, to sleep, no more; to sleep, perchance to dream, ay there's the rub, for in that sleep of death what dreams may come when we have shuffled off this mortal coil...) Naquele dia, quando os bombeiros médicos me socorreram e avaliaram a extensão dos meus ferimentos, eles me puseram para dormir.  Pensaram, talvez, que eu não ia despertar, mas eu despertei um dia.  Estou viva, com a graça de Deus.  Só me falta esquecer esse episódio e rezo a Deus todos os dias para conseguir.

Esquecer não vai me fazer feliz, mas vai trazer alívio.  Acho que algumas dores físicas ainda são resultantes das dores da alma.  Deus acalmai minhas dores e dai-me paz.  Amém.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Chegando ao hotel e visitando o Monastério

Pois é, eu sei.  Prometi escrever todo dia e minha última postagem foi no dia 5.  Quebrei minha promessa por quê?  Andei às voltas com exames de saúde e, pra ser sincera, sem saco para escrever.  Antes de continuar, quero dizer que a minha saúde está boa.  Pelo menos o coração e o pulmão estão tinindo.  Mais animada, continuo a viagem a São Petersburgo.

Ficamos hospedadas no Hotel Moscou (foto ao lado) e eu me lembro bem desse hotel 3 estrelas, muito confortável.  Ele fica na Ploschad Alexandra Nevskogo,2.  Bem em frente ao hotel fica o Monastério Alexander Nevsky, composto de belíssimas igrejas barrocas e neoclássicas, além de um cemitério onde estão enterrados os grandes expoentes do país como o escritor Dostoiévsky e os compositores Tchaikovsky e Rimsky-Korsakov, entre outros.  Assim que deixamos nossas malas no hotel, fomos correndo visitar essa maravilha.  A minha grande emoção foi poder ler as lápides.  Aprendi um pouco de russo na juventude e nunca me esqueci do alfabeto cirílico.  Foi de muita serventia para mim. 

Perto do hotel,  à beira do rio Neva, fica uma estação de metrô, mas nós nunca a usamos.  Gostávamos de caminhar pela Nevskyi Prospekt, a grande avenida e principal de São Petersburgo e ver as pessoas, o comércio, as lojas e admirar a beleza da cidade.  Fomos abençoadas com o sol que brilhou todos os dias em que estivemos lá.

No dia da nossa chegada, saímos para jantar nas redondezas, mas não pudemos dormir.  Era tarde da noite e sol continuava a brilhar.  Era o famoso sol da meia noite.  É uma experiência que merece ser vivida.  Por volta dessa hora, o dia parece que vai morrer, mas logo "ressuscita", ou seja, ele volta a brilhar com força.  E quem diz que a gente tem vontade de ir para o hotel dormir?  Eu me lembro que, algumas noites, vencida pelo cansaço, tinha de fechar bem as cortinas, ou não conseguiria pregar o olho.  A filha do meio não dormiu nenhum dia, só cochilava.

No dia seguinte, fomos visitar o Hermitage, mas sobre essa maravilha falarei em outro post.

sábado, 5 de junho de 2010

Chegando a São Petersburgo

Nossa viagem de trem foi ótima e consegui dormir toda a noite. Chegamos em São Petersburgo pela manhã.  Fiquei logo impressionada com a estação de trem.  Na Rússia, tudo é grande, amplo e imponente  Parece que as construções visam a nos fazer sentir pequenos, acanhados e impotentes.  Não é de admirar que as pessoas tenham expressões tão sombrias.  O russo não me pareceu um povo feliz.

Mas naquela manhã eu estava feliz.  Da estação, tomamos um ônibus e fomos direto visitar a Catedral de Santo Isaac.  Confesso que, até aquela data, eu nunca ouvira falar dessa suntuosa catedral, onde foram empregados 43 tipos de minerais em sua construção  Segundo o Wikipedia: "O zimbório foi revestido de granito, e o interior, paredes e chão de mármores russos, italianos e franceses. As colunas do retábulo foram revestidas de malaquita e lápis-lazúli. Para dourar a cúpula de 21,8 m de diâmetro, empregaram-se cerca de 100 kg de ouro. Adornam a catedral quase 400 obras entre esculturas, pinturas e mosaicos. Tem capacidade para 14 mil pessoas.  Desde 1931 que a catedral é um museu. Pode-se subir até à base da cúpula, de onde se desfruta de uma magnífica vista de São Petersburgo."  Acreditem, a catedral é de tirar o fôlego.

Voltamos ao ônibus para um city tour.  A filha do meio não conseguia conter os gritos de entusiasmo.   A cidade nos impressionou ainda mais que Moscou.  São Petersburgo ou Sampetersburgo (Санкт-Петербу́рг, Sankt-Peterburg em russo) é uma cidade federal da Rússia localizada às margens do rio Neva, na entrada do Golfo da Finlândia, no Mar Báltico. Os outros nomes da cidade eram Petrogrado (Петрогра́д, 1914–1924) e Leninegrado (Ленингра́д, 1924–1991). É frequentemente chamada de, somente, Petersburgo (Петербу́рг) e informalmente conhecida como Peter (Пи́тер).

Fundada pelo czar Pedro, o Grande em 27 de maio de 1703, serviu de capital do Império Russo por mais de duzentos anos (1713–1728 e 1732–1918). São Petersburgo deixou de ser a capital em 1918, após a Revolução Russa de 1917. 

É a segunda maior cidade da Rússia e a quarta da Europa (em território) atrás de Moscou, Londres e Paris. A cidade possui 4,6 milhões de habitantes e mais de 6 milhões de pessoas vivem nas cercanias. São Petersburgo é um dos maiores centros culturais da Europa e um importante porto russo no Mar Báltico.

Depois de darmos um giro, paramos na igreja de Nosso Salvador do Sangue Derramado (Храм Спаса на Крови), também chamada de Catedral da Ressurreição de Cristo.  Seu nome faz referência ao assassinato de Alexander II que foi mortalmente ferido ali em 01 de março de 1881.

A igreja foi construída entre 1883 e 1907 e sua construção foi quase que totalmente patrocinada pela família imperial e outros doadores. Tanto o interior quanto o exterior é decorado com mosaicos incrivelmente detalhados, criados pelos mais proeminentes artistas russos da época - V.M. Vasnetsov, M.V. Nesterov e M.A. Vrubel.  Como curiosidade, apesar do óbvio estilo russo da construção, seu arquiteto principal, A. Parland, não era russo.

Em 1930 a igreja foi quase destruída pelo ódio bolchevique às religões.  Depois de 30 anos de restauração foi reaberta em 1997, em todo o seu esplendor do passado.

Mas estávamos apenas chegando e ainda havia muito para vermos.  Falarei disso em outro post.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Rumo a São Petersburgo - parte 1

Dois aniversários queridos atrasaram a minha viagem a São Petersburgo.  Continuemos...

No dia em que visitamos o Kremlin e o Mausoléu de Lênin voltamos para o hotel cansadas, mas impressionadas com um dia de tantas surpresas.  Não pude conter as lágrimas quando vi Lênin, tamanha foi a minha emoção.  A gente ouve falar desses grandes personagens da História e acha inacreditável um dia poder vê-los, ainda que mortos.  Mas Lênin parecia dormir, tamanha a perfeição com que o conservaram.  Ao meu lado, uma brasileira também se emocionou e chorou.  O que pensaria Lênin se pudesse ver o que aconteceu depois de sua morte?

Ver todos os tesouros que pertenceram aos czares foi uma experiência incrível.  Nunca em minha vida pensei que ia ver tantos rubis, safiras, esmeraldas, turmalinas, etc. e os diamantes.  Meu Deus!  Quanta riqueza, enquanto o povo passava fome.  Não pode dar certo um regime cujos dirigentes enfeitam seus cavalos com arreios de ouro e pedras preciosas, enquanto o povo não tem o que comer.  Não admira, pois, que tudo tenha terminado em tragédia, com o fuzilamento do czar, da czariana e dos quatro filhos. 

Eram esses pensamentos e impressões que me acompanhavam quando tomamos o ônibus rumo à estação de trem.  Íamos viajar durante toda a noite em cabine dupla.  Na manhã seguinte, desembarcariamos em São Petersburgo, antiga Petrograd, em homenagem a Pedro, o Grande, que mandou construir a cidade, depois Leningrad, em honra a Lênin, que desembarcou na estação Finlândia, de volta do exílio.

O embarque foi tranquilo.  O guia tinha nos avisado para dar US1.00 para o carregador de malas.  Foi exatamente o que fiz, quando o homem deixou minha mala na cabine.  Dei-lhe o dinheiro e ele desatou a falar russo comigo, e eu não entendia nada.  Lá fora, funcionários do trem riam a valer.  Intrigada, chamei o guia e pedi-lhe que me ajudasse.  Ele conversou com o carregador e depois me contou o que falaram.  O homem me dizia que estava apaixonado por mim, e isso causava graça nos outros.  E era engraçado mesmo, porque eu já passara da idade de despertar paixões à primeira vista.  Mas gostei de ter arrumado um admirador na saída de Moscou.

Em outro post, falarei da chegada a São Petersburgo.  Até lá.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Para Daniel, com amor

(versão português)
Há exatamente dois anos, eu vivia um dos momentos mais lindos da minha vida.  Fui vovó pela primeira vez.

A emoção de ter um neto é tão grande quanto a de ter um filho, não importa que esse neto more demasiado longe e que vê-lo seja um luxo.  Nesses dois anos, só estive com meu netinho duas vezes: quando ele nasceu e quando veio festejar seu primeiro aninho de vida.  É muito pouco para uma vovó de primeira viagem.  Nem pude ainda praticar minha vovozice.

Toda vovó é coruja, eu sei, mas Daniel é realmente muito lindo.  E todo mundo diz a mesma coisa.  Mas ele não é apenas bonito: é um menino alegre e sorridente.  Uma criança feliz, que teve a sorte de vir ao mundo sendo muito desejada e de ter pais extremamente pacientes e carinhosos.  Eu bem que gostaria que todas as crianças do mundo pudessem experimentar, um dia que fosse, a felicidade do Daniel.

Nesses dois anos tenho acompanhado, de longe, suas gripes, suas febres, suas inapetências (que deixa a mãe triste e sem saber o que fazer) e suas manhas, mas tenho também seguido suas conquistas - ele começou a andar aqui em casa -, suas primeiras palavras, seus brinquedos favoritos, seu programa de TV favorito - o da ovelhinha Timmy- e suas primeiras artes - as plásticas e as travessuras.

Hoje é o segundo aniversário de Daniel e eu quero deixar registrado o quanto o amo e quanto eu sinto a sua falta.  Gostaria muito de vê-lo hoje, gostaria de estar em sua festa, gostaria de abraçá-lo e beijá-lo e dizer o quanto estou orgulhosa dele.

Feliz Aniversário, Daniel!  Que Deus o abençoe e ilumine!  Que sua vida seja sempre feliz!
Assinado: Uma vovó feliz.

(English version)
Two years ago today, I was living one of the best moments in my life. I came to be a grandma.
The emotional feeling of having a grandson and my own child was the same, it doesn't matter if my grandson lives too far away and the chance of seeing him may be a luxury. In these two years, I only saw my grandson twice: when he was born and when he came down to celebrate his first birthday. This is not enough for a first time grandmother. I still didn’t have a chance to practice the new status.

Every proud grandma thinks her grandson is the most beautiful child in the world. But everyone says he is. Daniel is not only a beautiful boy, but also a happy and smiling one. He’s a child who was lucky to come to this world as a wished child and of having extremely patient and caring parents. I wish all the children in the world could be as happy as Daniel is, even for a single day.

In these two years I’ve been following from afar his colds, his fevers, his lack of appetite every now and then (which makes his mom miserable, without knowing what to do) and his whims, but I also have been following his achievements – he started to walk here, at home – his first words, his favorite toys, his favourite TV show – Timmy – and his first arts – both plastic and “michievous arts.”

Today is Daniel’s second birthday and I want to say how much I love and miss him. Nothing would make more happy than to see him today. I would love to join his party. I would love to hug and kiss him and say how much I’m proud of him.

Happy birthday, Daniel! May God bless and light your way! May your life be always happy!
Signed: Happy Grandma

terça-feira, 1 de junho de 2010

Para Daniela, com amor


Count your garden by the flowers
Never by the leaves that fall
Count your days by golden hours
Don't remember clouds at all.

Count your nights by stars, not shadows.
Count your years with smiles, not tears.
Count your blessings, not your troubles.
Count your age by friends, not years.

Vai ficar para sempre na minha memória o dia em que peguei aquela pequerrucha no colo pela primeira vez.  O pai tinha me dado um baita susto, dizendo que Daniela nascera com uma mancha no rosto.  Não era mancha, era o que minha sogra italiana dizia, orgulhosa: "un punto di bellezza".  Sim, Dani nasceu bela e saudável.  Nunca passei uma noite sequer em claro.  Comia bem e dormia como um anjinho.  Foi um bebê maravilhoso e o brinquedo favorito das irmãs, que viram nela a oportunidade de brincar com uma boneca de verdade.

Com o tempo, Dani se transformou numa menina levadíssima e a razão do aparecimento dos meus primeiros fios de cabelo branco.  Era também destemida.  Dava saltos mortais na bicicleta e um dia quase pulou o muro para o prédio ao lado. 

Era destemida desde muito pequena.  Recordo uma vez que fomos acampar e ela devia ter uns 4 aninhos.  Viu aquele piscinão todo e não resistiu: deu um mergulho, para desespero do pai, que teve de pular em seguida, para resgatá-la.  Mal ele a colocou de volta na borda da piscina e ela pulou de novo.  Oh, boy!

Com o tempo, tornou-se a menina mais linda da rua onde morava.  Era só botar os pés lá fora para que todos que cruzassem o seu caminho virassem a cabeça, hipnotizados.  Ela nao percebia, distraída que estava, e reclamava do que ela dizia ser "exagero" nosso.  Não era exagero, não.  Dani fazia (e ainda faz) um baita sucesso pela sua extraordinária beleza.  Ela também se tornou muito popular, fazendo muitos amigos.  Eu sempre tive muito orgulho da minha Daniela e lhe devo a minha vida.

Hoje, ela faz aniversário e o maior presente ela já ganhou: está grávida.  Em breve, vai ter também um bebezinho em seus braços e conhecer a maravilha que é ser mãe. 

Que Deus te abençoe, filha, e que você seja sempre muito feliz.  Amém.

O CLIMA DO ANO

Há tempos venho notando que a natureza absorve nossos humores, mas isso é assunto pra outro post. Lembro que, em 2016, meu pé de amora fic...