quarta-feira, 25 de maio de 2011

A língua falada e a língua escrita

Abaixo, o debate de ontem na TV Brasil, liderado por Alberto Dines. Assista mais um episódios da polêmica que incendiou o país.




domingo, 22 de maio de 2011

Hoje é dia de Santa Rita de Cássia

Minha homenagem a Santa Rita em seu dia e também a querida Nossa Senhora de Fátima.



Cientistas dizem que a busca pela "partícula divina" está perto do fim


Vocês sabiam que um grande experimento que será realizado até o final de 2012 provocará uma revolução na física? Os cientistas tentarão provar por que a matéria tem massa e a existência da gravidade - a chamada busca pela "partícula divina". Depois desse grande evento, o mundo não será mais o mesmo. Leiam a reportagem do The Independent.

Busca pela 'partícula divina' está perto do fim

Por Steve Connor, editor de Ciência
Quarta-feira, 18 de maio de 2011
A busca da chamada "partícula divina" que explicaria por que a matéria tem massa e há gravidade no Universo, pode terminar no final do próximo ano, é o que prevê um proeminente cientista envolvido no projeto.

Rolf-Dieter Heuer, diretor-geral da Organização Europeia para Pesquisa Nuclear (Cern), perto de Genebra, disse que se a partícula subatômica conhecida como bóson de Higgs existe, como prevê a teoria, então o experimento Grande Colisor de Hádrons (LHC) vai detectá-la até o final de 2012.

No entanto, se o experimento LHC não encontrar a evidência de Higgs, isso significará que algo ainda mais misterioso deve explicar massa e gravidade. Tal hipótese levaria, inevitavelmente, ao abandono das regras de ouro da física, conhecidas como o "modelo padrão", que foram estabelecidas há décadas, revelou o Dr. Heuer.

"Estou bastante confiante de que, no final de 2012, teremos com o bóson de Higgs uma resposta para a pergunta de Shakespeare: Ser ou não ser? Mas não encontrar o Higgs não significa um fracasso, ao contrário. Se ele não existir, e por isso não o encontrarmos, então temos de descobrir outra coisa que ocupa a função de Higgs, ou seja, desistir da massa para partículas elementares."

O LHC foi construído num subsolo de 100m em um túnel circular de 27 km de comprimento, para proteger os equipamentos sensíveis do ambiente externo, que poderiam ser afetados em consequência do bombardeio de dois feixes de prótons viajando em direções opostas a 99,999999 por cento da velocidade da luz. Ao ampliar o poder dos feixes de prótons, os cientistas esperam criar colisões altamente energéticas que provarão a existência do bóson de Higgs, se ele existir.

Guido Tonelli, que trabalha em um dos conjuntos de detectores ligados ao LHC, disse a física estava entrando em um "momento mágico", que poderia mudar a nossa forma de ver e compreender o mundo e o universo mais amplo. "A física não será a mesma depois de 2012. Isso provavelmente mudará a nossa visão do mundo. Haverá um impacto sobre o futuro, dependendo do que descobrimos."

sábado, 21 de maio de 2011

O mistério da Ilha de Páscoa foi finalmente solucionado?

Os moais, as gigantescas estátuas de pedra que se alinham no litoral da ilha de Páscoa

Gosto de livros, de mistério e adoro a Ilha de Páscoa. Sonho em conhecê-la desde que li o livro "A Expedição Kon-Tiki", de Thor Heyerdahl. A reportagem abaixo foi publicada no The Independent e resolvi traduzi-la.

O mistério da Ilha de Páscoa foi finalmente solucionado?

Um novo livro desafia o conhecimento atual sobre o fim da civilização nativa

Por Paul Rodgers
Domingo, 24 de abril de 201
Uma batalha científica sobre o destino dos nativos da Ilha de Páscoa está pronta a eclodir neste verão com a publicação de um livro que desafia o conceito de que essa sociedade neolítica cometeu um suicídio ecológico.

O debate tem uma moderna dimensão política. Está em jogo o exemplo central, citado por Jared Diamond em seu livro de 2005 “Colapso: Como as sociedades decidem sucumbir ou sobreviver”, sobre as terríveis consequências que ameaçam os seres humanos se não cuidarmos do planeta.

O argumento arqueológico gira em torno dos moais - centenas de estátuas de pedra alinhadas no litoral da agora desarborizada ilha do Pacífico Sul, conhecida por seus habitantes como Rapa Nui.

Os nativos seminus descobertos por uma expedição holandesa no domingo de Páscoa de 1722 foram considerados demasiadamente empobrecidos para terem esculpido e transportado eles mesmos as estátuas.
A teoria admitida é que uma civilização mais avançada, de cerca de 15.000 pessoas, deve ter erguido as estátuas, com centenas de homens carregando-as para o litoral e grupos de pessoas dedicando-se à fabricação de cordas, roldanas e trenós, enquanto o restante se empenhava em alimentar os trabalhadores.

Depois que a última das palmeiras gigantes da ilha foi derrubada,  sugere a teoria que o sistema ecológico entrou em colapso, houve quebra na produção de alimentos e seguiu-se uma guerra civil, degerando em canibalismo, com a população remanescente lutando para sobreviver até a chegada dos holandeses.  
Mas os revisionistas, liderados pelos arqueólogos Carl Lipo da Universidade Estadual da Califórnia e Terry Hunt, da Universidade do Havaí, argumentam que essa sociedade superior jamais existiu. A civilização de Rapa Nui, diz o Dr. Lipo, foi exterminada com a chegada dos europeus, que trouxeram pragas de doenças sexualmente transmissíveis, tuberculose, diarréia e hanseníase. Doença, escravidão e roubo de terras reduziram uma população estimada de 3.000 a apenas 111 sobreviventes, em 1877.

Em seu novo livro, “As estátuas que andavam -                     -Esclarecendo o mistério da Ilha de Páscoa”, que será publicado em junho, o dr. Lipo e o professor Hunt apresentam evidências de que colonizadores polinésios chegaram à ilha em 1200, 800 anos depois do que afirma a teoria convencional, e imediatamente modificaram o ambiente, empregando o sistema agricultural de derrubadas e queimadas.

O efeito desse sistema sobre a floresta de palmeiras gigantes foi multiplicado com os ratos que chegaram com esses agricultores. A população de roedores, que se alimentavam fartamente das sementes das palmeiras, explodiu.

O Dr Lipo revela que não foi o desmatamento que tornou as coisas muito piores para os humanos. Rapa Nui não era nenhum paraíso tropical, mas uma antiga ilha vulcânica e muitos dos nutrientes do seu solo já haviam se esgotado. A queimada das palmeiras gigantes contribuiu realmente para o agravamento, mas os colonos logo passaram a usar uma técnica chamada resíduos orgânicos de pedra, na qual rochas vulcânicas recém-quebradas eram enterradas no solo desgastado para nutri-lo e reduzir a erosão.

As mesmas pessoas que usaram os resíduos orgânicos de pedra e saudaram os holandeses poderiam ter transportado os moais de Rano Raraku - a pedreira onde as estátuas eram esculpidas - para o litoral. As estátuas parecem ter sido criadas para permitir que pequenos grupos de homens as transportassem, balançando-as, como se costuma fazer com uma geladeira.

Sugestões semelhantes foram feitas no passado, mas há provas indicando que os moais teriam se esgotado até chegarem ao litoral. O Dr Lipo, auxiliado pelo antropólogo Sergio Rapu, primeiro governador nativo da ilha sob o domínio chileno, acredita ter encontrado uma maneira de contornar essa questão, com mais balanço e menos confusão.

Defensores da velha teoria não aceitam esta nova. O arqueólogo britânico Paul Bahn e seu co-autor John Flenley estão lançando a terceira edição de “The Enigmas of Easter Island” “Os enigmas da Ilha de Páscoa” em resposta às novas teorias. "Eles estão ignorando a tradição oral e selecionam apenas os dados de que gostam", declarou no fim de semana, acrescentando que não tem dúvida de que os habitantes da ilha sofreram um colapso pré-histórico. "Eles sabem que estão errados, mas não dão o braço a torcer", disse.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

A nova cartilha do MEC - continuando

O texto abaixo dá continuidade ao que falamos no post anterior. Como tradutora, este assunto é de suma importância, mas meu foco tem sido o último item do texto. Nossos estudiosos não conseguem acompanhar o ritmo acelerado da língua, especialmente no tocante aos seus neologismos e polissemias.

PCN+ (BRASIL, 2002, pag. 80 – 82)

A RESPEITO DA COMPETÊNCIA GRAMATICAL

O ensino de gramática não deve ser visto como um fim em si mesmo, mas como um mecanismo para a mobilização de recursos úteis à implementação de outras competências, como a interativa e a textual.

Vale aqui retomar a abordagem gramatical adotada neste documento. Ainda que se reconheça como legítima a conceituação da gramática como um conjunto de regras a partir das quais uma língua se corporifica, parece conveniente lembrar que há pelo menos três visões para esse conjunto de regras:

• aquelas que são seguidas;
• aquelas que podem ser seguidas;
• aquelas que devem ser seguidas.

Quando se observa que o falante natural de uma língua obedece minimamente às convenções estabelecidas pelo grupo social de usuários, respeitando os acordos praticados no nível morfológico, sintático e semântico, temos um quadro de gramática internalizada.

Quando se observa que esse mesmo falante pode ou não seguir determinadas convenções lingüísticas sem que, com sua atitude e com as variações adotadas, seja mais ou menos reconhecido como um legítimo usuário dessa língua, temos um quadro de gramática descritiva.

Quando se observa que esse falante sofre discriminação por não seguir as convenções lingüísticas adotadas, que estabelecem na medida do possível o que seria certo ou errado no que diz respeito ao emprego das regras, percebe-se que está sendo julgado segundo um ponto de vista gramatical normativo ou prescritivo.

Tradicionalmente, a escola brasileira vem adotando essa última perspectiva no ensino de Língua Portuguesa, sem se preocupar necessariamente em articular as prescrições típicas dessa abordagem gramatical com as práticas de leitura e produção de textos orais e escritos. O resultado dessa postura é que a maioria dos alunos não entende o porquê de se apresentarem tantas regras sem que haja uma aplicação prática delas na linguagem que usualmente utiliza.

Alternativamente, do ponto de vista da abordagem gramatical descritiva, pode-se considerar que em nosso país convive uma enorme variedade lingüística, determinada por regiões, idades, lugares sociais, entre outros.

Assim, as noções de certo ou errado, tão típicas da abordagem normativa ou prescritiva, cederiam espaço para as noções de adequação ou inadequação em virtude das situações comunicativas de que o falante participa. É papel da escola lidar de forma produtiva com a variedade lingüística de sua clientela, sem perder de vista a valorização da variante lingüística que cada aluno traz consigo para a escola e a importância de se oferecer a esse aluno o acesso à norma padrão – aquela que é prestigiada quando se testam suas habilidades para ingressar no mundo do trabalho, por exemplo.

Entre os procedimentos relativos ao desenvolvimento da competência gramatical, convém ressaltar aqueles que dizem respeito à variação lingüística, profundamente relacionados também à competência interativa:

• avaliar a adequação ou inadequação de determinados registros em diferentes situações de uso da língua (modalidades oral e escrita, níveis de registro, dialetos);
• a partir da observação da variação lingüística, compreender os valores sociais nela implicados e, conseqüentemente, o preconceito contra os falares populares em oposição às formas dos grupos socialmente favorecidos;
• aplicar os conhecimentos relativos à variação lingüística e às diferenças entre oralidade e escrita na produção de textos;
• avaliar as diferenças de sentido e de valor em função da presença ou ausência de marcas típicas do processo de mudança histórica da língua num texto dado (arcaísmo, neologismo, polissemia, empréstimo).

quarta-feira, 18 de maio de 2011

A nova cartilha do MEC

A nova cartilha do MEC tem provocado muita polêmica, especialmente entre os que condenam o que eles chamam de o uso "errado" da linguagem, como o professor Sérgio Nogueira, em depoimento ao Bom Dia Brasil desta semana.


Embora não conheça a fundo a nova cartilha, simpatizei com ela de cara, por duas razões. A primeira  é que sempre achei a língua chamada "culta" desagregadora e preconceituosa, porque impõe uma gramática normativa, sem levar em conta as diferenças regionais e sociais. A segunda razão é que sempre achei os linguistas muito acovardados e lentos diante de fatos linguisticos novos. Por ser um instrumento dinâmico e em constante mutação, concordo que fica difícil analisar todas as variantes linguísticas, mas quem escreve se surpreende e fica em dúvida sobre como se expressar. Não é todo país que tem a brilhante ideia de lançar o Urban Dictionary, que vive atualizando a linguagem.O texto abaixo não é meu, mas reflete meu ponto de vista. Do autor, sei apenas que se chama Robson Luis e é professor e tradutor.

A quem não pertence à área, deve, de fato, parecer uma impropriedade institucionalizar o ensino do erro – e aí já começa o equívoco. Toda essa discussão é pautada no território da Sociolinguística, disciplina que estuda a língua a partir de suas diversas variáveis (estrato social, lugar geográfico, poder econômico etc.). Para a Sociolinguística, portanto, não há certo ou errado, há apropriado e inapropriado.

De acordo com vários teóricos que eu não vou citar para não alongar a resposta, nossas ações sociais são possíveis apenas com e na língua. É a língua que possibilita nossa vivência em sociedade. Assim, compreende-se que a escola tem um papel fundamental: habilitar o estudante a utilizar a língua em diferentes contextos a fim de empoderá-lo (aqui, uso o conceito de empoderamento como um "fazer com") para a ação social.

Cabe aqui lembrar que a língua é um fator político de estruturação (isso sempre me faz lembrar de um versinho de Pessoa em que ele declara haver três línguas imperiais - o português, o inglês e o francês). A língua garante, até certo ponto, a unidade. As fronteiras não são apenas demográficas, são também linguísticas.

O ensino gramatical durante todo o período escolar é sofrível. E aqui me sinto à vontade para falar de ambos os pontos de vista – enquanto aluno e professor. Sempre tive uma enorme dificuldade para compreender porque eu aprendia uma série de regras que, na minha realidade, não se aplicavam. Meus alunos também – e não acredito que eu ou qualquer pessoa possa culpá-los. Eu chego na budega/vendinha/mercadinho (escolha a opção utilizada em sua região – olha só um caso de variação linguística!) do seu Zé para comprar um lápis e digo: "Seu Zé, me dê um lápis, por favor." Como, ó céus, se todos estudamos à exaustão que não se deve começar frases com pronomes oblíquos? Por que sabemos que, no Brasil, falamos assim (em Inglês também, recomendo a leitura de "O jeito que a gente diz", de Stella Tagnin, em que ela discute vários conceitos e as expressões de convencionalidade, por exemplo.). Aí o aluno fica confuso, porque ele aprende algo na escola que, em casa, com amigos, na vida `real', ele não utiliza e, sabiamente, ignora.

Este é o problema: o aluno perde a noção de que a língua varia e passa a utilizar a mesma variante (a não-padrão) em todas as situações. É importante desfazer outro equívoco, quando falamos de instrução gramatical, falamos da Norma Padrão, a variante linguística que me garante a compreensão entre os falantes letrados em Língua Portuguesa, do Oiapoque ao Chuí. A Norma Culta é o uso que os falantes "cultos" (seja lá o que isso signifique) fazem da língua. Como a classe social dominante, política e economicamente, essa variante é a que possui maior prestígio social, sendo, por vezes, confundida com a Norma Padrão. Às muitas outras normas existentes, chamamos Não-Padrão em oposição direta àquela convencionalizada e instituída como oficial.

Diferentes ações sociais requerem diferentes registros, que requerem diferentes usos da linguagem. Mais um exemplo: Não é comum, por ocasião de um velório, alguém parabenizar a viúva. Na ação social "velório", portanto, a língua não seleciona "Meus parabéns!" e sim, "Meus pêsames/sentimentos". Se alguém, no entanto, não tiver recebido esta instrução, será alvo de preconceito, o Preconceito Linguístico (quem desejar compreender melhor, Marcos Bagno, o autor deste conceito, tem um livrinho muito esclarecedor, com o mesmo nome, publicado pela Editora Loyola). O fato de o preconceito ser gerado a partir da língua não quer dizer, de modo algum, que ele seja menos nocivo ou ferino. Pelo contrário, Rajagopalan (2010) diz que nossos preconceitos mais enraizados manifestam-se justamente através da língua.

A Gramática Normativa, Tradicional, e, portanto, Prescritiva, não prevê este tipo de ensino. Lembro que havia uma pergunta logo no início deste tópico a respeito de onde iriamos para o Brasil e a Educação. Bem, eu, sinceramente, não sei e não posso falar das demais ciências, mas, no tocante ao ensino de língua, do jeito que está não dá para ficar.

Para os mais inflamados, tudo isso aí em cima, já foi institucionalizado nos PCNs, de 1998 e de 2002. É fruto de anos de pesquisas muito sérias e compromissadas com a qualidade do ensino e pensadas para melhorar a vida dos nossos alunos e cidadãos. Infelizmente, como quase tudo neste país, as leis não são cumpridas. E, na qualidade de professor, encontro resistência a essa abordagem entre os próprios professores, pois é mais cômodo continuar ensinando pelo modelo conhecido (quantos de vocês ainda lembram as conjugações de "amar", "vender" e "partir", em todos os tempos e modos verbais? Mas a finada Tia Rosinha lhe fazia arguições e, ai de você, se não soubesse, não passava de ano!).

Não compreendo o Pasquale, pois, em uma palestra há não muito tempo, ele mesmo disse que "a língua é como um guarda-roupa, você escolhe diferentes roupas para diferentes ocasiões". Bom, o texto que segue é um extrato do PCN+, a respeito da competência gramatical, para comprovar que tudo o que foi dito está em documentos oficiais há muito tempo.

Esta foi uma tentativa rasteira de desmistificar alguns conceitos relacionados a essa polêmica. A Sociolinguística é uma ciência estabelecida, séria e compromissada. O acima exposto é fruto de pesquisas e mais pesquisas subsidiadas por uma única realidade: formamos alunos incompetentes não apenas para produzir ou compreender textos, formamos cidadãos incompetentes. Não sei se a Educação é capaz, sozinha, de salvar o Mundo, mas, sem ela, ninguém se salva.

"Eu sou eu e minha circunstância, se não salvo a ela, não salvo a mim." (ORTEGA Y GASSET)

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Cinema

Fazia um bom tempo que eu não ia ao cinema ou via algum filme em DVD. Enfim, fui ao video clube e peguei 6 filmes, mas fiquei muito decepcionada com as produções recentes e muito assustada com o corpo dos atores. Estão todos magérrimos, com aparência de fome e todos sem nenhuma expressão facial. É a nova estética famélica e aniquiladora da qual eu vinha falando em posts anteriores (O Corpo como Metáfora) e que tomou conta de Hollywood. Mulheres lindas como Marilyn Monroe, Jane Mansfield, Ava Gardner seriam taxadas de gordas hoje em dia. Mas eu quero mesmo é falar de cinema.

ATIVIDADE PARANORMAL (PARANORMAL ACTIVITY) - Uma bobagem. Pra quem já passou por sustos maiores, o filme chega a ser risível.

BAARÌA - Esperava muito desse filme do Giuseppe Tornatore, porque estou lendo um livro que se passa exatamente no período pós-Segunda Guerra, quando os Aliados entram em Nápoles e se deparam com uma população faminta e miserável. Mas o filme, que conta uma história de amor e a saga de uma família desde 1930, é chato e arrastado. Que pena, Tornatore! Errou na mão. ZZZZZ

A FITA BRANCA (DAS WEISSE BAND) - Uma reporter disse ao diretor do filme, Michael Haneke, que ficara intrigada... Ele a interrompeu e disse que era esse mesmo o efeito que pretendia com a obra. Todo filmado em preto e branco, com uma fotografia deslumbrante, a obra de Haneke aborda os conflitos das crianças e suas famílias em uma aldeia alemã no início do século XX. Todas as crianças foram recrutadas na região. Adorei. Pra mim, filme bom é aquele que a gente não se cansa de pensar nele.

REDE SOCIAL (SOCIAL NETWORK) - Outra grande bobagem e uma enorme chatice. Todo mundo sabe que dinheiro destrói tudo e que em toda transação rola sacanagem. Mas o que me impressionou muito mesmo foi a magreza do Jesse Eisenberg. Antigamente, a gente se referia a uma pessoa magérrima como "filé de borboleta". Mas isso era no tempo que os magérrimos ainda tinham alguma carne. Do Eisenberg não se consegue extrair nenhum filé e muito menos alguma expressão. A estética esquelética, famélica e aniquilante tomou conta de Hollywood. Não se consegue uma boa expressão de nenhum ator - estão todos apáticos neste e nos outros filmes que vi. No caso do Eisenberg, acho que nem uma boa feijoada resolveria.

À PROVA DE MORTE (DEATH PROOF) - Quentin Tarantino é bom demais. Adoro ele. Mais um filmaço e por filmaço me refiro à obra que entretém, prende a atenção do espectador e apresenta belas imagens, direção, elenco... enfim, tudo o que um filme deve ter. Não precisa ser necessariamente um filme-cabeça. Gostei de rever o Kurt Russell. E, detalhe: todas as mulheres de Tarantino são carnudinhas.

COMER REZAR AMAR (EAT PRAY LOVE) - Perdi tempo com esse filme cheio de pseudos: pseudo-filosofia, pseudo-divertimento, pseudo-ator, pseudo-atriz, pseudo-enredo... O filme parece destinado a botar um pouco de miolo nas desmioladas, oferecendo uma falsa cultura, falso... ah, tudo é falso no filme. Só não entendo como meu ator preferido, Javier Bardem, embarcou nessa de encarnar um brasileiro. Existe coisa mais falsa? Coitado, devia estar precisando de uns caraminguás. É visível o constrangimento dele. Bem feito!  Mas tudo bem: a gente tem direito de errar nessa vida. Mas que isso não se repita, hein?

O CLIMA DO ANO

Há tempos venho notando que a natureza absorve nossos humores, mas isso é assunto pra outro post. Lembro que, em 2016, meu pé de amora fic...