terça-feira, 16 de junho de 2015

A ENTREVISTA


O programa do Jô foi ao ar depois do antipático jornal (e do âncora William Waack) da Globo, ou seja, no c.. da madrugada. A minha estratégia foi tirar um cochilo antes, pois de outro modo não poderia ver uma das melhores entrevistas da TV brasileira, porque Jô estava num momento inspirado e deixou o entrevistado falar. Quem não viu, não deve perder, quando estiver disponível no YouTube. Serena, tranquila a presidenta falou de vários assuntos, até mesmo do período traumático em que esteve presa. Mostrou sua fibra, perseverança e espírito de luta. Admirável. O Jô talvez tenha se decepcionado lá no final da entrevista quando perguntou à presidenta se ela, agora no segundo e último mandato, não faria uma mudança drástica e brincou, dizendo "demitir um senador, por exemplo". Dilma entendeu que Jô se referia à reforma na lei dos meios, nesse oligopólio absurdo das comunicações que tanto envergonha cidadãos democráticos, mas ela tergiversou e falou do marco civil da internet, uma batalha duríssima no Congresso. Quem sabe ler nas entrelinhas, entendeu que a presidenta quis dizer que com o Congresso que está aí, uma reforma na lei de meios não seria viável.

Há muito que se comentar sobre a entrevista, mas vou me deter na postura da presidenta. Primeiro, quero dizer que ela me representa, tenho orgulho dela. Dilma é de uma elegância ímpar, não apenas no modo de se vestir, mas do jeito como se comporta. Na sua mineirice, falando pausadamente, ela vai se revelando uma mulher doce, sensível, culta, inteligente e extremamente educada. Deve causar inveja em muitas mulheres que, não podendo ser como ela, dirigem-lhe as ofensas das quais, em última análise, são elas o próprio alvo.

Nenhum comentário:

O CLIMA DO ANO

Há tempos venho notando que a natureza absorve nossos humores, mas isso é assunto pra outro post. Lembro que, em 2016, meu pé de amora fic...