sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Os crimes de lavagem da honra: A onda de assassinatos que envergonha o mundo - continuação
Um dos mais terríveis assassinatos em 1999 foi o de uma jovem de 16 anos com retardo, Lal Jamilla Mandokhel, que, segundo relatos, foi violada por um funcionário público em Parachinar, província a noroeste da fronteira do Paquistão. Seu tio registrou queixa na polícia, mas entregou Lal à tribo e os anciãos decidiram que ela deveria ser morta para preservar a honra "tribal". Lal foi morta a tiros na frente deles.
Arbab Khatoon foi estuprada por três homens no distrito de Jacobabad. Ela registrou queixa na polícia. Sete horas depois, foi assassinada pelos parentes, que alegaram que ela os "desonrou" ao ter relatado o crime.
Há mais de 10 anos, a Comissão do Paquistão para os Direitos Humanos registrava uma taxa de mil "assassinatos em nome da honra" por ano. Mas se o Paquistão parece ter as piores taxas de crimes de "honra" - e é preciso lembrar que muitos países afirmam falsamente não ter nenhum – a Turquia deve ocupar o segundo lugar.
Segundo a polícia, entre 2000 e 2006, 480 mulheres – 20% delas com idades entre 19 e 25 anos - foram mortas por crimes de "honra" e inimizades. Outra estatística turca, elaborada há mais de cinco anos por grupos de mulheres, sugere que pelo menos 200 meninas e mulheres são assassinadas todos os anos em nome da "honra". Esses números estão atualmente muito subestimados. Muitos aconteceram em áreas curdas do país; uma sondagem concluiu que 37% dos cidadãos de Diyabakir aprovam o assassinato de mulheres que tenham relações extraconjugais. Medine Mehmi, a menina que foi enterrada viva, vivia na cidade curda de Kahta.
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