sexta-feira, 4 de junho de 2010

Rumo a São Petersburgo - parte 1

Dois aniversários queridos atrasaram a minha viagem a São Petersburgo.  Continuemos...

No dia em que visitamos o Kremlin e o Mausoléu de Lênin voltamos para o hotel cansadas, mas impressionadas com um dia de tantas surpresas.  Não pude conter as lágrimas quando vi Lênin, tamanha foi a minha emoção.  A gente ouve falar desses grandes personagens da História e acha inacreditável um dia poder vê-los, ainda que mortos.  Mas Lênin parecia dormir, tamanha a perfeição com que o conservaram.  Ao meu lado, uma brasileira também se emocionou e chorou.  O que pensaria Lênin se pudesse ver o que aconteceu depois de sua morte?

Ver todos os tesouros que pertenceram aos czares foi uma experiência incrível.  Nunca em minha vida pensei que ia ver tantos rubis, safiras, esmeraldas, turmalinas, etc. e os diamantes.  Meu Deus!  Quanta riqueza, enquanto o povo passava fome.  Não pode dar certo um regime cujos dirigentes enfeitam seus cavalos com arreios de ouro e pedras preciosas, enquanto o povo não tem o que comer.  Não admira, pois, que tudo tenha terminado em tragédia, com o fuzilamento do czar, da czariana e dos quatro filhos. 

Eram esses pensamentos e impressões que me acompanhavam quando tomamos o ônibus rumo à estação de trem.  Íamos viajar durante toda a noite em cabine dupla.  Na manhã seguinte, desembarcariamos em São Petersburgo, antiga Petrograd, em homenagem a Pedro, o Grande, que mandou construir a cidade, depois Leningrad, em honra a Lênin, que desembarcou na estação Finlândia, de volta do exílio.

O embarque foi tranquilo.  O guia tinha nos avisado para dar US1.00 para o carregador de malas.  Foi exatamente o que fiz, quando o homem deixou minha mala na cabine.  Dei-lhe o dinheiro e ele desatou a falar russo comigo, e eu não entendia nada.  Lá fora, funcionários do trem riam a valer.  Intrigada, chamei o guia e pedi-lhe que me ajudasse.  Ele conversou com o carregador e depois me contou o que falaram.  O homem me dizia que estava apaixonado por mim, e isso causava graça nos outros.  E era engraçado mesmo, porque eu já passara da idade de despertar paixões à primeira vista.  Mas gostei de ter arrumado um admirador na saída de Moscou.

Em outro post, falarei da chegada a São Petersburgo.  Até lá.

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