terça-feira, 17 de março de 2015

VIDA NA ROÇA

Foi o fevereiro mais morninho desde que cheguei aqui na serra há quase 4 anos. Fevereiro costuma ser o mês do calorão, até mesmo aqui. Este ano foi diferente. O dia amanhecia fresquinho e ia esquentando aos poucos. Algumas vezes chegou a ficar sufocante, mas lá pro final da tarde vinha a chuva e voltava a ficar fresquinho. 

Quem convive com a natureza aprende a detectar os sinais de tempestade. Um lindo dia de sol e céu azul não garante nada. De repente, nuvens escuras e carrancudas se aproximam sem mais nem menos. Os primeiros arautos da tromba d'água são os passarinhos. Eles cantam alegremente quando há sol, mas se a cara do tempo se fecha, interrompem o canto e só se ouvem piadinhos. E a chuva vem. As nuvens escuras explodem em raios e trovões. Quem mora na serra reverencia a natureza e respeita seus reclamos, porque sabe que a ira da tempestade pode dar lugar à beleza de uma hora pra outra, como a que eu vi uma certa manhã. Estava alimentando os gatinhos quando um forte reflexo alaranjado surgiu no horizonte. Era o sol invadindo o céu em cores fortes, parecendo um fogaréu. Quem vê o sol nascer na serra canta Villa Lobos: "Viva o sol do céu da nossa terra, vem surgindo atrás da linda serra."
E que venham as tão esperadas águas de março.

Nenhum comentário:

O CLIMA DO ANO

Há tempos venho notando que a natureza absorve nossos humores, mas isso é assunto pra outro post. Lembro que, em 2016, meu pé de amora fic...