Estava ainda há pouco vendo um documentário sobre a
patifaria da Samarco, que provocou o maior desastre ambiental no país. A
gente não sabe que sentimento é mais forte, se é ódio de ver a
(in)justiça corrupta deste país apoiando os poderosos ou se chora de
pena com o sofrimento dos que perderam mais do que suas casas e seus
bens: os amigos, a história e a tradição de um pequeno povoado enterrado
sob a lama, como alguns afirmaram. E não é só isso. A gente ainda
se entristece com o ser (des)umano e sofre ao saber que, além de todo o
sofrimento por que passam, os sobreviventes ainda tiveram suas casas,
as que continuaram de pé, saqueadas e - a maior das ironias - ainda são
chamados de privilegiados pelos moradores da vizinha Mariana, por
receberem uma ajuda miserável mensal da Samarco. Os sobreviventes são
discriminados, pasmem! Um senhorzinho de 80 anos é obrigado a trabalhar
carregando tijolos para poder comprar água potável. E essa empresa
desgraçada, a verdadeira privilegiada da história, ainda tem a coragem, a
cara de pau de dizer que tudo estará resolvido em 2019. Vou repetir:
2019. Enquanto isso, o rio continua morto, as pessoas tentam tocar a
vida, sonhando com a volta ao antigo povoado, como um deles declarou.
Alguns não aguentaram a demora e voltaram para o que restou de suas
casas.
E você ainda é obrigado a engolir o título daquele filme: "A lei é para todos".
Puta que pariu!
E você ainda é obrigado a engolir o título daquele filme: "A lei é para todos".
Puta que pariu!
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