sábado, 7 de agosto de 2010

O anel que tu me deste....

.... era vidro e se quebrou; o amor que tu me tinhas era pouco e se acabou.  Esta é uma das minhas cirandas preferidas.  Hoje em dia, vejo a sabedoria de cada uma dessas palavras, quando me relaciono com algumas pessoas. 

Como a maioria, costumo idealizar.  Conheço uma pessoa superficialmente e acho que já sei quem ela é.  O pior é que tenho uma certeza instantânea.  Mesmo recebendo avisos, ouvindo sábios conselhos de gente querida, não faço caso. Conheço e pronto.  E nós sabemos que não é bem assim.  Leva-se anos para conhecer alguém... mais ou menos.  Sim, porque somos seres surpreendentes.

Hoje estou num dia nostálgico e triste.  Desfiz uma amizade que nunca foi, na verdade, amizade.  Foi uma dessas idealizações minhas.  Achei que conhecia, que tinha conquistado uma amiga e tanto.  Eu a idealizei durante alguns anos.  Achava que era uma amiga sensível e inteligente, dessas que a gente pode contar segredos, falar dos medos e incertezas, porque ela sempre estará lá.  Ela, por sua vez, também iria fazer confidências e a gente se conheceria profundamente.  Não foi assim.  Quando penso em amizade, imagino um lugar sereno, à beira de um rio, onde a gente estende a rede e descansa tranquilamente.

A pessoa de quem deixei de ser amiga e que julgava sensível e inteligente era, infelizmente, insensível e de uma burrice emocional impressionante.  É uma pessoa rancorosa, amargurada e triste.  Como todas as pessoas que não viveram a vida em sua plenitude, é uma pessoa infeliz e só.  Teve, como todo mundo, sua oportunidade de brilhar, de voar, de conhecer lugares, pessoas, amar de verdade, mas teve medo.  Se entocou.  Viveu escondida, sentindo que assim estaria segura.  Mas o tempo passou e lhe cobrou um balanço de vida.  O que fizera durante todos aqueles anos?  Ela havia feito muitas coisas boas, mas não teve o bom senso de apreciá-las.  Sempre se julgou menor, inferior.  Em vez de pensar nas conquistas, ainda que não tivesse chegado a todas, queixava-se do que não teve forças para conquistar.  Vive agora em busca do tempo perdido, como se pudesse voltar atrás.  Não pode e sabe que não pode.  O resultado é que sobra amargura para todo lado.  Uma pessoa assim não pode e não consegue ser amiga de ninguém.  No entanto, uma amizade lhe faria bem.

Eu sigo o meu caminho.  Estou mais aliviada agora que pude expressar o que sinto.  Não sou de voltar atrás.  Estou sempre indo adiante.  Tentei de todas as maneiras salvar a amizade, mas uma andorinha só não faz verão.  Perdi a amiga, mas estou inteira... e feliz.. como sempre.

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