quinta-feira, 8 de abril de 2010

Finalmente a volta ao trabalho - parte 1

Convoquei a família para uma missa de agradecimento a Santo Expedito. Antes, não acreditava no Santo e nunca me ocorreu que um dia eu ia precisar tanto dele. Acreditem: o Santo atendeu a todos os meus pedidos, especialmente aqueles que fiz nos momentos de maior desespero.

Antes de ir à missa, fui ao cabeleireiro. Queria que todos me vissem recuperada. Queria que todos vissem o milagre. Um novo penteado ia me ajudar a esconder todo o sofrimento por que passei. Também não queria que meus amigos me vissem com cara de doente. Na saída do salão, o taxista que me levou para casa, um senhor muito simpático, me olhou com admiração. Sim, eu estava bem. Não como estava antes do acidente, mas aos poucos eu voltaria ao normal.

Primeiro tive de passar no serviço médico da empresa para receber a alta. A assistente social estava presente. Ela e a médica confabulavam longamente, a portas fechadas, enquanto eu esperava ser atendida. Havia qualquer coisa estranha no ar, mas eu estava ansiosa e feliz e nada ia atrapalhar aquele momento mágico. Os fatos estranhos que aconteceram um pouco antes da minha volta não queriam dizer nada. Estava tudo bem, eu ia voltar e era isso que interessava. Não quis prestar atenção aos sinais. Não quis ver as nuvens carregadas que se acumulavam, prenunciando uma tempestade devastadora que ia desabar sobre minha cabeça.

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