terça-feira, 9 de março de 2010

A chegada ao "Céu" - final

Fui operada e mandada para a UTI, para meu desespero. Entrei em pânico. Foi horrível. Era um retrocesso, uma volta ao pesadelo. O homem de branco reapareceu e seu risinho cínico não deixava dúvida sobre o contentamento que estava sentindo. Aproximou-se do meu leito e, em tom falso de brincadeira, debochou de mim. Implorei ao médico que me tirasse dali e pedi ajuda a Deus. “Meu Deus, eu Vos suplico, acabe com meu sofrimento. Tenha pena de mim.” No outro dia me transferiram para a Semi-Intensiva e dias depois, fui levada de novo para o “Céu”.

Mas o tempo passava muito devagar e eu implorava ao ortopedista que me dissesse quando ele ia tirar o fixador da bacia. O médico se aborrecia com a minha insistência e não marcava nenhuma data, dizia apenas que ia tirar quando chegasse o momento certo. A minha angústia parecia não ter fim, enquanto os curativos dolorosos continuavam. Um dia, passei muito mal e senti muitas dores no local onde estava o fixador. O ortopedista veio me ver de e decidiu que era chegada a hora de marcar a cirurgia.

No dia 24 de abril, finalmente, o fixador foi retirado. Eu estava muito animada. Entrei na sala de cirurgia – era a sétima operação a que me submetia – brincando com todo mundo, pedindo ao ortopedista que aproveitasse e desse uma turbinada nos meus seios. Ao me ver, o anestesista que participou da minha primeira operação me olhou com muita seriedade e disse: “A senhora não imagina como seu estado era grave. É impressionante vê-la recuperada.” Repetiu isso várias vezes, como se não acreditasse no que via.

Um comentário:

petloveshaon disse...

Ele tinha razão,graças a Deus vc sobreviveu...um milagre...lembre-se semrpe disso quando lembrar do acidente!!!
bjs

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