De longe a menina avistou Vanda na porta da escola e se assustou. Ela estava com as mãos nas cadeiras e cara de poucos amigos. Espertamente, a menina parou para refletir no que fazer. Esperou passar um adulto e lhe disse que não estava se sentindo bem. Pediu ao moço que a levasse até a sala de aula e assim foi feito. Ao passar por Vanda, esta pensou se tratar do pai da menina e a deixou passar.
Dentro da sala de aula, Vanda fazia gestos ameaçadores, querendo dizer que ia pegar a menina lá fora. A menina pensou num modo de driblar a vigilância de Vanda e, quando esta se distraiu, saiu correndo porta afora, em direção à rua. Percebendo a fuga, Vanda correu atrás, mas enquanto a menina magrinha parecia voar, Vanda, gordinha, ia ficando cada vez mais para trás. Frustrada, desistiu da perseguição.
E as duas ficaram nesse jogo de gato e rato durante durante mais dois dias. Até que, no terceiro dia, Vanda não desistiu e caiu na gargalhada. Passara a gostar daquela menininha tão astuta e tão valente e propôs, gritando de longe:
- Vamos ser amigas, eu não quero mais bater em você. Eu juro!
Desconfiada, a menina foi se aproximando aos poucos. Ia arriscar. Afinal, ela era valente, não era? Ao chegar perto de Vanda, esta se adiantou e lhe deu um abraço. E as duas ficaram amigas, porque aprenderam a respeitar uma a outra. E amizades assim duram para sempre.
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