quarta-feira, 10 de março de 2010

O Olhar - parte 1

Eu estava em Tanger, no Marrocos, e Horacio resmungava, queixando-se da cidade, enquanto eu olhava para todo lado com admiração e curiosidade. Nossos sentimentos eram antagônicos: ele estava arrependido de ter ido aquele lugar “horroroso” e eu encantada, absolutamente fascinada com a paisagem insólita e aquela gente estranha, diferente e ao mesmo tempo tão comum. O ar estava impregnado de um odor indistinto, meio doce e meio ácido ao mesmo tempo.

Tínhamos saído bem cedo de Estepona em direção à Tarifa. De lá, pegamos o ferry-boat para Tanger. Quando a embarcação se aproximava do cais, mostrei ao Horacio como os homens andavam na rua – com os dedos mindinhos entrelaçados. Eu já havia contado que era assim nos países árabes, mas Horacio, tão descrente de tudo, duvidava de mim. Agora estava ali, diante dele.

Ao chegarmos, andamos pelas ruas de Tanger e eu me entusiasmava com as palmeiras, o encantador de serpentes e as ruas labirínticas ladeadas de casas brancas e caminhos que terminavam abruptamente. O guia ia na frente ou então certamente nos perderiamos. Fazíamos parte de um grupo que se dirigia a um restaurante onde íamos comer a comida típica do lugar e depois assistir à dança do ventre. Eu mal podia esperar. Na minha ânsia de chegar, caminhava logo atrás do guia e só me detive por causa do olhar daquela mulher.

Um comentário:

petloveshaon disse...

Muito bom mãe...gosto as histórias das suas viagens!!!
bjs e saudades

O CLIMA DO ANO

Há tempos venho notando que a natureza absorve nossos humores, mas isso é assunto pra outro post. Lembro que, em 2016, meu pé de amora fic...