domingo, 21 de março de 2010

"Morte em Veneza" - parte 1


Vou falar de um dos meus filmes preferidos, realizado na minha cidade preferida. “Morte em Veneza” inaugura este marcador. Pretendo apenas relatar minhas impressões e emoções, sem qualquer formalidade.
Atenção: Não leia, se você pretende ver o filme.



Há quem ache “Morte em Veneza (Morte a Venezia, 1971)” um filme gay. Nas vezes em que revelei minha paixão pela obra, não consegui reciprocidade, sempre que meu interlocutor era heterossexual. A própria menção ao filme já causava desconforto, e essa reação ao trabalho genial de Luchino Visconti muitas vezes me intrigou. Ao pesquisar o título na Internet, vi a seguinte entrada: “filme gay raro”.

Acho que quem restringe o filme do mestre Visconti à temática gay talvez não tenha mergulhado na profundidade da obra e, por conseguinte, não entendeu a sua essência. Todo mundo sabe que Visconti era homossexual. Björn Andrésen, que fez o Tadzio, se queixou anos mais tarde do constrangimento por que teve de passar nas vezes em que foi levado a boates gays, durante a rodagem do filme. Ele tinha apenas 17 anos e hoje em dia os americanos certamente classificariam a atitude de Visconti como sexual harassment.

Nada disso, porém, tira o brilho mágico dessa obra de arte feita por um dos maiores gênios da cinematografia mundial. “Morte em Veneza” é uma verdadeira aula de cinema. A obra, com seu ritmo lento, objeto de reclamações de alguns, leva o espectador a refletir sobre temas perturbadores como beleza e juventude, decrepitude, decadência e morte, tendo como pano de fundo a bela e eterna cidade italiana.

Assista ao making of do filme:
http://www.youtube.com/watch?v=EbAdDoUsHhI&feature=related

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