Fui levada de maca ao quarto e depois colocada numa cama macia, gostosa. Parecia realmente o céu. Ainda tinha os braços imobilizados. O esquerdo estava numa tipóia, porque o braço sofrera uma abrasão durante o atropelamento. Era uma ferida que começava no alto do braço e se estendia até a metade do antebraço. Apesar da grande extensão, o ferimento não me incomodava. O braço esquerdo estava todo imobilizado e eu aguardava impacientemente a remoção do gesso.
A chegada do ortopedista e do técnico do raios X me alegrou. Eles iam libertar meu braço direito, finalmente. Era a segunda vez que tentavam e eu tinha de rezar para dar tudo certo. E deu. O que não deu certo foi que eu não conseguia mover a mão e os dedos. Estavam endurecidos e doloridos e a fisioterapia não se ocupava dessa parte do tratamento. Eu teria de ir buscar um terapeuta ocupacional quando tivesse alta hospitalar. Não me conformei, não aceitei aquela restrição. Falei com todos os fisioterapeutas e um deles, embora não exercitasse minha mão, me ensinou como fazer. E eu seguia religiosamente os conselhos dele. Muitas vezes desanimei. A mão não respondia. Pedia as técnicas de enfermagem que me acompanhavam que massageassem mão e dedos. Lentamente, fui recuperando poucos movimentos até chegar a assinar meu nome com letra trêmula. Aquilo foi uma vitória.
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